27 de fevereiro de 2018

Conheça todas as versões do Hino Nacional Brasileiro

"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, De um povo heroico o brado retumbante". Que brasileiro nunca ouviu o Hino nacional? Ele é uma grande parte da nossa cultura, e é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil. O Hino foi escrito pelo poeta, professor e critico Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927) com música do maestro e compositor Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865). Ele foi comprado por apenas 5:000 $ (cinco contos de réis) pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922 pelo então presidente Epitácio Pessoa.

Imagem de Gustavo Rezende por Pixabay
O que poucos sabem é que o Hino foi um processo longo, ele teve outras versões que quase ninguém conhece, mas você vai conhecer elas agora e matar a sua curiosidade.

A Marcha Triunfal

Domínio púbico
O Hino original do Brasil, aquele que deu inicio a tudo, foi composto em 1822, por Francisco Manuel da Silva, chamada inicialmente de Marcha Triunfal para comemorar a independência do país. Essa música tornou-se bastante popular durante os anos seguintes e recebeu duas letras. A primeira letra, de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, foi cantada pela primeira vez no cais do Largo do Paço em 13 de abril de 1831, em desacato ao ex-imperador, que embarcava para Portugal após abdicação ao trono brasileiro. A data 13 de abril ficou conhecida então como a data em que se é comemorado o Dia Nacional do Hino Brasileiro. A letra (que por motivos óbvios nem sempre era cantada) dizia o seguinte:

Os bronzes da tirania 
Já no Brasil não rouquejam; 
Os monstros que o escravizavam 
Já entre nós não vicejam. 
Da Pátria o grito 
Eis que se desata 
Desde o Amazonas 
Até o Prata 

Ferrões e grilhões e forcas 
D'antemão se preparavam;
Mil planos de proscrição 
As mãos dos monstros gizavam

A versão de D.Pedro II

Domínio público
Se o Primeiro Hino foi escrito para zoar com a cara de D.Pedro I o segundo foi feito em homenagem ao seu filho D.Pedro II. O hino passou assim a se chamar Hino ao Sete de Abril, em alusão à abdicação de Dom Pedro I. Até hoje não se sabe quem escreveu a segunda versão do hino, mas é bom avisar que naquela época o hino não era para todos, apenas cantores líricos podiam cantar a obra, e a música? Bom, pra dizer a verdade todas as versões do Hino tem a mesma melodia, ela nunca foi realmente mudada, apenas atualizada. Confira abaixo a letra da música e como ela era cantada.


Negar de Pedro as virtudes 
Seu talento escurecer 
É negar como é sublime 
Da bela aurora, o romper 

Da Pátria o grito 
Eis que se desata 
Desde o Amazonas 
Até o Prata

Hino da Independência

Domínio público
Embora ele não seja o Hino Nacional é bom mencionar que o Brasil tinha mais um Hino, feito para comemorar a declaração da independência do Brasil e composto em 1822 pelo próprio Dom Pedro I. A letra foi escrita pelo poeta Evaristo da Veiga.
Com a abdicação de D. Pedro o Hino ficou quase um século sem ser usado, somente em 1922 ele voltou a ser executado. Foi durante a Era Vargas (1930-1945), que Gustavo Capanema, então Ministro da Educação e da Saúde, nomeou uma comissão para estabelecer definitivamente os hinos brasileiros de acordo com seus originais, e o Hino da Independência finalmente saiu da gaveta.

Sua letra é composta de 10 estrofes, mas as estrofes 3, 4, 5, 6, 8 e 10 são omitidas quando o Hino é cantado. Confira a letra da versão já "resumida":



Já podeis da Pátria filhos
Ver contente a mãe gentil
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil!

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil!

Os grilhões que nos forjavam
Da perfídia astuto ardil
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil
Houve mão mais poderosa
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil
Vossos peitos, vossos braços
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Parabéns, ó brasileiros!
Já, com garbo juvenil
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre

Ou morrer pelo Brasil

Hino da Proclamação da República

Domínio público
Após a Proclamação da República, em 1889, um concurso foi realizado para escolher um novo Hino Nacional. A música vencedora, entretanto, foi hostilizada pelo público, que achava ela ruim, e pelo próprio marechal Deodoro da Fonseca. Esta composição porém não foi completamente descartada e seria oficializada como Hino da Proclamação da República do Brasil, e a melodia original, de Francisco Manuel da Silva, continuou como Hino oficial. Essa é a letra e a melodia do Hino da Proclamação da República:


Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

[refrão]

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!

[refrão]

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Hás de ver-nos lutar e vencer!

[refrão]

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!


A versão completa com introdução

Domínio público
Depois da reação hostil do público a um novo Hino, somente em 1906 (17 anos depois) foi realizado um novo concurso para a escolha da melhor letra que se adaptasse ao hino. O poema vencedor foi o de Joaquim Osório Duque Estrada, em 1909, oficializado por decreto do presidente Epitácio Pessoa em 1922, essa é a versão que as pessoas conhecem até hoje, mas ela tem uma parte faltando, a parte instrumental da introdução do Hino Nacional Brasileiro possuía uma letra, que acabou excluída da sua versão oficial do hino. Essa letra é atribuída a Américo de Moura, natural de Pindamonhangaba, presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879 e 1880. A letra é a que você conhece, apenas a introdução muda, já a sinfonia era praticamente a mesma.


Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever 
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante 

Gravai com Buril nos pátrios anais o vosso poder 
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante 

Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz 
Cumpri o dever na guerra e na paz 
À sombra da lei, à brisa gentil 
O lábaro erguei do belo Brasil,
Eia! sus, oh, sus!

Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou no céu da Pátria nesse instante

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte
Em teu seio, ó Liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce
Se em teu formoso céu, risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece

Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido
Ao som do mar e à luz do céu profundo
Fulguras, ó Brasil, florão da América
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida no teu seio mais amores

Ó Pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado
E diga o verde-louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado

Mas, se ergues da justiça a clava forte
Verás que um filho teu não foge à luta
Nem teme, quem te adora, a própria morte

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada

Brasil!

A Versão Moderna

Domínio público
Essa é a versão que você conhece, que você canta na escola, em jogos de futebol, etc, com a introdução já cortada a melodia finalmente chegou a um consenso e quase todos os compositores usam o mesmo tom, a versão tem letra da República mas o som é do Império, tecnicamente ela deveria agradar os dois lados da disputa. A letra você conhece, mas aqui vai ela:



Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou no céu da Pátria nesse instante

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte
Em teu seio, ó Liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce
Se em teu formoso céu, risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece

Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido
Ao som do mar e à luz do céu profundo
Fulguras, ó Brasil, florão da América
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida no teu seio mais amores

Ó Pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado
E diga o verde-louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado

Mas, se ergues da justiça a clava forte
Verás que um filho teu não foge à luta
Nem teme, quem te adora, a própria morte

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada


Brasil!

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