17 de setembro de 2019

Conheça a história de criminosos que se safaram da Lei #4

Você já sabe só de ver as notícias na televisão que a polícia não é tão útil quanto a TV faz parecer não é? Pra se ter uma ideia em países desenvolvidos como os E.U.A eles conseguem pegar apenas 60% dos criminosos que cometem crimes mais pesados, em países subdesenvolvidos esse número é ainda pior, por exemplo, apenas no Rio de Janeiro 96% dos crimes desde 2007 continuaram sem prisões até 2017, e devem continuar por mais um bom tempo. 
E como se isso não bastasse a polícia muitas vezes prendem pessoas inocentes que ficam na cadeia por anos, algumas até chegam a ser executadas.
Conheça agora mais alguns criminosos que nunca pagaram por seus crimes.

Foto de Lukas ter Poorten na Unsplash
Vamos começar com uma gangue inteira, a "Gangue Francesa do Aspirador". Eles receberam esse nome por usarem um aspirador de pó para roubar o dinheiro de lojas.
Desde 2006 a polícia da França está perseguindo eles, a gangue desconhecida de ladrões esvazia os cofres dos supermercados usando apenas uma furadeira e um aspirador de pó modificado. O grupo encontrou uma fraqueza no sistema de armazenamento de dinheiro do supermercado francês Monoprix e vem explorando-a desde então. 
Envelopes de dinheiro são colocados no cofre através de tubos de sucção pneumáticos. Considerando que abrir o cofre em si poderia ser consideravelmente difícil, exigindo explosivos ou um arrombador profissional, os ladrões perceberam que se eles apenas perfurassem os tubos de entrega perto do cofre e ligassem um poderoso vácuo, eles poderiam sugar o dinheiro pra fora do cofre.
Em 2011, a gangue já tinha roubado o equivalente a US$ 800.000 com sucesso, em quinze assaltos noturnos diferentes, deixando apenas algumas fitas de segurança pra trás, mesmo assim a polícia se provou inútil no caso e até hoje, mais de uma década depois, os membros da gangue ainda estão livres.

Daniel Ramirez, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons
O Estrangulador de Honolulu é considerado um dos primeiros serial killers do Havaí, entre 1985 e 1986 ele conseguiu a façanha de assassinar pelo menos 5 mulheres. 
Como esse era um dos primeiros casos desse tipo a polícia local levou ele bem a sério, eles criaram uma força-tarefa especifica para o caso com 27 pessoas, eles ainda contaram com a ajuda do FBI e da força-tarefa do Green River, especializada em serial killers.
O perfil psicológico do assassino era o de um oportunista que atacava mulheres vulneráveis, como em paradas de ônibus, e não o de um que perseguia suas vítimas. Ele também provavelmente vivia ou trabalhava na área dos ataques.
A polícia montou barreiras na estrada para questionar motoristas frequentes. Informantes acabaram dizendo que viram uma van de cor clara e um homem caucasiano ou mestiço com o carro de uma das vítimas, era tudo que a polícia precisava pra prende-lo, só que não foi como eles pensavam e eles não conseguiram prender ninguém. 
Após a descoberta do corpo de outra vítima, a polícia prendeu um dos seus próprios informante em 9 de maio como o principal suspeito, afinal eles estavam desesperados pra prender alguém, muito dinheiro tinha sido usado nessa força-tarefa e eles não tinham nada pra mostrar aos seus superiores. 
O suspeito vivia em Ewa Beach e trabalhava como mecânico em um dos transportadores de carga aérea ao longo da Lagoon Drive, e segundo sua ex-esposa e namorada ele curtia BDSM. 
Depois de 7 horas de interrogação ele falhou no teste do polígrafo e acabou sendo libertado. A polícia seguiu o suspeito por algum tempo mas não encontrou nada, uma recompensa de US$ 25 mil por informações foi então divulgada por empresas privadas. 
Uma mulher disse ter visto uma das vítimas com um homem e conseguiu identificá-lo, mas ela ficou em pânico achando que o assassino podia ver ela atrás do espelho da delegacia e desistiu de testemunhar, a polícia então ficou novamente sem suspeitos.
Agora já se passaram mais de 30 anos e ninguém acha que o serial killer vai ser pego algum dia, e honestamente, não dá pra culpá-los.

Barclays Bank, Norbury by David Anstiss, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons
Bertie Smalls era um ladrão armado inglês que atuou nas décadas de 1960 e 1970, mas ele também é um dos primeiros informantes profissionais do mundo.
Smalls cometeu seu primeiro assalto quando tinha apenas 15 anos de idade e, após ser preso por um curto período de tempo, dedicou sua vida ao crime. Antes de 1970, Smalls já tinha uma série de roubos de alto perfil em seu nome, e era uma figura respeitada no submundo de Londres. Em 9 de fevereiro de 1970, Smalls liderou uma gangue para roubar uma agência do Banco Barclays. A gangue conseguiu escapar com £ 237.736, um recorde na época. 
A maior parte da equipe deixou a Inglaterra e Smalls embarcou em um trem para Paris e de lá seguiu para a Costa del Sol, onde leu jornais ingleses procurando por atualizações da polícia sobre o seu roubo. 
A polícia fez uma rápida descoberta, com um informante nomeando Smalls como o líder da gangue. Smalls retornou à Inglaterra onde foi prontamente preso, ele acabou passando o natal na cadeia. 
Em 2 de junho Smalls pediu uma reunião com o inspetor-chefe. Ele havia sido informado por seu advogado de que ele estaria passando pelo menos 25 anos de sua vida na prisão. Em uma tentativa de reduzir sua longa sentença ele ofereceu à polícia um acordo para entregar todas as pessoas ligadas a qualquer atividade criminosa em que ele já estivera envolvido. 
Deu certo! Smalls recebeu imunidade total em troca de sua ajuda. Smalls testemunhou contra todos os seus antigos amigos e parceiros. Quando ele terminou de dar provas contra seus ex-amigos, ele já era um X-9 profissional, que obviamente era muito odiado por todos. 
O julgamento terminou com uma pena de prisão para a gangue, totalizando mais de 100 anos de prisão. Nos meses após o julgamento, Smalls ajudou a condenar mais 21 de seus antigos associados, num total de mais de 300 anos de prisão em sentenças. 
Como resultado, Bertie Smalls não recebeu pena de prisão por nenhum de seus crimes, ele se safou de tudo, embora houvesse rumores de que ele teria uma recompensa de 1 milhão de libras em sua cabeça, instigada por figuras poderosas do submundo, como os gêmeos Kray. 
Apesar disso, ele viveu sob proteção policial pelo resto de sua vida. Ainda hoje, dizem que os criminosos que entregam seus parceiros são chamados de "Bertie Smalls" na Inglaterra.

Le Monde illustré, domínio público via wikimedia commons
Albert Spaggiari foi um criminoso de carreira francês que é mais conhecido por planejar o assalto ao banco do Société Generale na França, em 1976.
Quando jovem, ele cometeu seu primeiro roubo apenas para impressionar sua namorada, mas logo foi capturado e jogado na prisão. Após sua libertação e tendo servido no exército francês, Spaggiari tornou-se proprietário de um estúdio fotográfico e estava tendo uma vida razoável como cidadão cumpridor da lei.
No entanto, ele aparentemente ficou entediado com sua vida de classe baixa-média e tentou voltar a uma vida de crime. Ele começou a planejar uma invasão no Societe Generale Bank, em Nice. Ele decidiu que, uma vez que o cofre do banco estava localizado no porão, a invasão seria melhor se ele cavasse embaixo de um sistema de esgoto próximo. 
Ele abriu uma caixa e colocou um despertador dentro, ajustando-o para sair à meia-noite, a fim de verificar a existência de quaisquer detectores acústicos ou sísmicos que pudessem frustrar seu plano. Na verdade, o cofre do banco não tinha alarme interno nem sistemas de segurança, pois era considerado absolutamente impenetrável... nem precisa dizer que isso foi um grande erro né?
Em seguida, Agiapagri recrutou um grupo de gângsteres profissionais de Marselha para ajudá-lo a cavar o túnel. Ele os instruiu a nunca tomar café ou álcool, e sempre a dormir pelo menos 10 horas por dia para evitar perigos para a missão. Após dois meses de escavação, o túnel foi concluído e, durante um festival do Dia da Bastilha, quando o banco foi fechado por um longo fim de semana, a gangue invadiu o cofre. Eles abriram mais de 400 cofres, roubando mais de 60 milhões de francos em dinheiro, títulos e outros valores. 
Quando o roubo foi descoberto, a seguinte mensagem foi encontrada na parede do cofre: “sans armes, ni maine, ni violence”, que é traduzido como: "sem armas, nem ódio, nem violência".
No início, a polícia ficou perplexa, no entanto, nos meses seguintes, prenderam um suspeito por uma dica de uma ex-namorada. O homem mais tarde admitiu ser parte do roubo e entregou toda a gangue, incluindo Spaggiari. Seria esse o fim do ladrão? 
Durante seu julgamento, no entanto, Spaggiari conseguiu o impossível, ele escapou distraindo o juíz, entregando-lhe uma peça falsa de provas codificadas. Ele pulou para fora da janela, onde uma motocicleta estava esperando por ele e fez sua fuga. Ele nunca mais foi pego e o saque do assalto nunca foi encontrado.
Ele morreu aos 52 anos de câncer de garganta e seu corpo foi encontrado fora da casa de sua mãe, presumivelmente por amigos desconhecidos.

gargantuen, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons
O Assassino do Tronco de Cleveland (também conhecido como o Carniceiro Louco de Kingsbury Run) foi mais um assassino em série dos Estados Unidos que nunca foi pego. Ativo em Cleveland no começo do século XX, ele matou e desmembrou pelo menos 12 pessoas na década de 1930.
As 12 vítimas foram mortas entre 1935 e 1938, mas alguns acreditam que pode ter havido 40 ou mais vítimas em Cleveland, Pittsburgh, Youngstown e Ohio, entre os anos de 1920 e 1950. 
As vítimas eram normalmente andarilhos cujas identidades nunca foram determinadas, isso porque o Carniceiro Louco retalhava tanto o corpo delas que ninguém reconhecia os cadáveres, embora houvesse exceções. As vítimas acabaram sendo identificadas por números e todas elas, homens e mulheres, pareciam ser de classe baixa da sociedade, presa fácil na época da Grande Depressão. Muitos eram conhecidos como "trabalhadores pobres", que viviam nas favelas em ruínas da área, conhecida como Cleveland Flats.
As vítimas eram sempre decapitadas e desmembradas. Por vezes havia também o corte do tronco ao meio (daí o seu apelido). Apesar disso, a causa da morte quase sempre foi a decapitação em si. A maioria das vítimas do sexo masculino foram castrados, e algumas vítimas mostraram evidências de substâncias químicas aplicadas em seus corpos. Muitas delas foram encontradas após um considerável período de tempo após a morte, às vezes no espaço de um ano ou mais. Isso tornou a identificação dos corpos quase impossível, especialmente porque as cabeças nunca foram encontradas.
No fim dois suspeitos foram identificados: Frank Dolezal e o Dr. Francis E. Sweeney. Esse último trabalhou durante a Primeira Guerra Mundial em uma unidade médica que realizou amputações em campo de batalha, então a polícia achava que ele tinha as habilidades necessárias para cortar as vitimas. Durante o interrogatório Sweeney foi inocentado 2 vezes. Apesar disso, o acusador, o famoso investigador Eliot Ness, mesmo achando que Sweeney era o assassino, acreditou que não haveria um julgamento bem sucedido, pois Sweeney era primo de um adversário político seu, Martin L. Sweeney.
Envelopes com o nome de Sweeney foram mandados a Elliot Ness e sua família com ameaças e xingamentos, mas depois disso a trilha esfriou e o assassino nunca foi encontrado. Para tentar se salvar da humilhação alguns membros do governo adotaram a teoria de que nunca houve um assassino em série, mas sim vários assassinos diferentes. Eles só não perceberam que isso significava que eles eram ainda mais inúteis e o tiro saiu pela culatra.

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