Guerras que começaram por motivos muito idiotas

Guerras podem ser travadas por vários motivos, talvez um país queira mais território, ou eles são de religiões diferentes, etc. Mas que tal travar uma guerra ao defender a honra de um camelo? Ou pelos direitos de comer bacalhau?

Confira agora algumas guerras que começaram por motivos unicamente estúpidos e bizarros. E claro, visite e curta o nosso facebook: Real World Fatos.

Prosper Marilhat, Domínio público, via Wikimedia Commons

A guerra de Basus começou com a morte de um camelo, só que o camelo pertencia a um homem que estava sob proteção de uma mulher chamada Al-Basus, e pra quem não sabe, matar um camelo de uma dama era uma falta de respeito sem igual na Arábia antiga. 

Como resultado do desacato as tribos primas de Taghlib e Bakr foram a guerra, mas o problema não foi resolvido tão rapidamente quanto eles provavelmente esperavam, eles lutaram por cerca de quarenta anos (de 494 até 534 EC) até que a guerra chegou ao fim. 

Em partes do mundo árabe de hoje, a Guerra de Basus foi incorporada em um aforismo alertando as pessoas contra os perigos da vingança.

CoventryAlbertWestfj.png:Kjallakr at en.wikipediaderivative work: Materialscientist, Domínio público, via Wikimedia Commons

A Guerra do Bacalhau, também chamada de Guerra do Bacalhau Islandês, foi uma série de confrontos nas décadas de 1950 e 1970 entre o Reino Unido e a Islândia, o motivo? Eles queriam saber quem tinha o direito de pescar bacalhau.

Em 1972, a Islândia declarou uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) estendendo-se além das suas águas territoriais. Essa expansão causou diversos incidentes com barcos islandeses e britânicos. Como resposta, a Marinha Real Britânica deslocou navios de guerra para evitar conflitos entre os barcos pesqueiros dos dois países.

A disputa acabou em 1976 depois da Islândia ameaçar fechar uma base da OTAN em retaliação ao movimento de navios militares nas águas em disputa. O governo britânico cedeu e concordou que após o primeiro de dezembro de 1976 os navios britânicos não pescariam mais bacalhaus na área em disputa.

Blanchard Henry Pierre Léon Pharamond (1805-1873), Domínio público, via Wikimedia Commons

Conhecida como A Guerra dos Pastéis você já deve ter imaginado o motivo que levou a essa guerra não é? 

Durante os primeiros anos da nova república mexicana, as confusões eram muitas, e os civis sempre eram pegos no meio dela, isso inclui um francês confeiteiro chamado Monsieur Remontel.

Em 1832 soldados mexicanos destruíram a sua loja e pasteizinhos, ele então reclamou ao Rei da França Luís Filipe I, que por sua vez mandou os mexicanos indenizarem o cara, mas eles não o fizeram, a confusão então escalou de uma discussão sobre doces e pastéis para um conflito armado entres os dois países que deixou mais de 300 mortos.

No fim os mexicanos acabaram pagando pelos estragos e em 1839 um tratado de paz foi assinado, dando um fim a Primeira Guerra Franco-Mexicana, mais conhecida como A Guerra dos Pastéis.

The original uploader was Lobsterthermidor at English Wikipedia., Domínio público, via Wikimedia Commons

A Guerra da Orelha de Jenkins começou em 1739 e envolveu os britânicos atacando os espanhóis ao redor do Caribe e da América do Norte. O motivo da guerra foi que o navio do capitão Robert Jenkins foi abordado pela marinha espanhola, cujo capitão cortou sua orelha e o chamou de ladrão. Você acharia que esse é um bom motivo para começar uma guerra certo? Errado, porque por 8 anos nada aconteceu, mas ai do nada Jenkins apareceu em frente ao Parlamento, que achou que o incidente (e outros que já haviam ocorrido) eram uma afronta a honra britânica, e a guerra foi declarada.

Depois de 9 anos de luta o Rei da Espanha morreu, e seu filho subiu ao trono, ele era mais propenso a assinar um tratado de paz, mas os britânicos não concordaram com seus termos e a guerra continuou, em 1750 ela finalmente acabou de vez, levando 25 mil mortos no processo.

McCormick, Arthur David, 1860-1943, Domínio público, via Wikimedia Commons

A guerra do Flagstaff começou com outra guerra, os britânicos assumiram o controle de Kororareka, na Nova Zelândia, em 1840, para oficializar o negócio eles levantaram a sua bandeira em uma haste. Um dos nativos locais não gostou disso e cortou a bandeira, ai eles ergueram ela de novo, e ai eles cortaram ela de novo. 

Mais uma vez ela foi erguida, e mais uma vez ela foi cortada, depois de muito vai e vem uma guerra foi declarada, ela durou 10 meses e matou quase 200, mas no fim os britânicos saíram humilhados e a bandeira nunca mais foi reerguida.

HoneyKnut, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

A Guerra do Porco foi um confronto em 1859 entre os Estados Unidos e o Império Britânico ao longo da fronteira estadunidense e a antiga América do Norte Britânica. O território em disputa foi as Ilhas San Juan, que se encontram entre a Ilha de Vancouver e a parte continental da América do Norte.
A Guerra do Porco foi provocada pela morte de um porco, é também chamada de Episódio do Porco, Guerra do Porco e da Batata, Disputa Fronteiriça de San Juan ou Controvérsia Fronteiriça do Noroeste. 
Resumindo, em 15 de junho de 1859 o americano Lyman Cutlar encontrou um porco preto destruindo a sua plantação de tubérculos, como essa não era a primeira vez que o porco fazia isso ele resolveu matar o porco, mas o animal não era selvagem, ele pertencia ao irlandês Charles Griffin, que estava cuidando de um rancho.
Cutlar ofereceu US$ 10 a Griffin para compensar o porco morto, mas Griffin estava insatisfeito com esta oferta e exigiu US$ 100. Depois dessa resposta, Cutlar disse que ele não deveria ter que pagar pelo porco porque o porco estava invadindo sua terra. Quando autoridades britânicas ameaçaram prender Cutlar, os colonos americanos pediram proteção militar e a "guerra" foi iniciada.
A "guerra" está entre aspas porque, sem tiros trocados nem vítimas humanas, essa disputa foi um conflito sem derramamento de sangue, algo que nem dá pra se chamar de guerra hoje em dia.
Até hoje essa "guerra" é comemorada no Parque Nacional Histórico de San Juan.

Foto de Jez Timms na Unsplash

A Guerra do Mel é outra "guerra" onde ninguém morreu. Basicamente o confronto foi um impasse entre os estados americanos de Iowa e Missouri ao longo de um trecho de 9,5 milhas (ou 15 Km) ao longo de sua fronteira. Ambos queriam a terra para eles.
Este impasse foi aumentando lentamente até que agentes fiscais do Missouri tentaram cobrar um pagamento dos moradores de Iowa mesmo eles tendo sido expulsos pela população. Claro que o povo não quis pagar nada.
Para não sair humilhado o governo resolveu então cortar várias árvores que tinham colmeias cheias de mel como pagamento parcial. Em resposta, ambos os governadores começaram a organizar as forças da milícia ao longo da fronteira e o assunto só foi resolvido quando a Suprema Corte resolveu o impasse em 1849.

Craciun Cristiana CC BY-SA 4.0, CC0, via Wikimedia Commons

A Batalha de Karansebes é provavelmente a batalha mais idiota do planeta, e olha que essa lista é toda sobre guerras idiotas. 
No dia 17 de setembro de 1788, durante a Guerra Russo-Turca (1787-1792), soldados do exército austríaco (aliado dos russos) encontraram um pouco de rum, não demorou muito e outros soldados chegaram e pediram um pouco da bebida, depois de uma discussão algum soldado acabou atirando, como o exército tinha homens de várias nações eles falavam línguas diferentes e começaram a entrar em pânico achando que os turcos estavam atacando. Eles mesmos mataram e feriram sozinhos 1.200 de seus próprios homens, sem os turcos nem ao menos se envolverem. 

Dois dias depois os inimigos finalmente chegaram e não entenderam nada, tinha mortos pra todos os lados e sinais de uma guerra, eles facilmente tomaram a cidade depois disso.

The Children's Museum of Indianapolis, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

A Guerra do Banquinho, também chamada de A Guerra do Banquinho Dourado, aconteceu no final dos anos 1800, o Império Britânico conseguiu derrubar o chefe do povo Ashanti e exilá-lo, colocando-os efetivamente no comando da chamada Gold Coast. 
No entanto, Sir Frederick Hodgson foi capaz de desencadear uma rebelião completa e prolongar a guerra quando exigiu que eles entregassem um banquinho dourado sagrado e espiritual que era na verdade o símbolo do poder de toda a nação, o trono do Rei. Os Ashanti se recusaram e acabaram lutando com as forças britânicas por três meses. Apesar de terem sido derrotados por reforços, o banco foi mantido em segurança, escondido das forças imperiais.
No fim mais de 3.000 soldados morreram. Seria esse o banquinho mais mortal do mundo? Provavelmente.

Efegé, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

Futebol une as pessoas certo? Errado! Ele até mesmo causa guerras. No final da década de 1960, El Salvador e Honduras tiveram problemas um com o outro. Honduras tinha terras e El Salvador tinha gente, então havia muitos salvadorenhos em Honduras, mas o país estava em processo de expulsar os salvadorenhos das terras que ocupavam para dar elas a hondurenhos ricos. Mesmo assim os países não se atacaram, foi preciso "o jogo bonito" para desencadear o derramamento de sangue. 

A classificação para a Copa do Mundo exigiu uma série de três partidas de futebol entre as duas nações. No final de 1969, esses jogos aconteceram ao som de hooligans golpeando uns aos outros com fúria nacionalista, causando tensões que só poderiam ser satisfeitas com uma declaração de guerra. 
Na noite do terceiro jogo, El Salvador dissolveu laços diplomáticos com seu vizinho e invadiu algumas semanas depois. A guerra durou incríveis quatro dias, daí o apelido de "A Guerra das Cem Horas", e um cessar-fogo foi negociado sem que ninguém conseguisse realmente nada.

Domínio público via wikipedia commons

Que tal começar um guerra inteira devido ao cocô de passarinhos? Isso realmente aconteceu em 1864 quando os espanhóis desembarcaram nas ilhas Chincha em abril.
A única característica notável dessas ilhas, que eram reivindicadas pelo Peru, era que as aves adoravam defecar nelas. As reservas de guano das ilhas eram valiosas como fertilizante, mas os espanhóis queriam mostrar que não achavam que o Peru era durão e podiam levar o guano das ilhas sempre que quisessem.
O Peru discordou, assim como o Chile, o Equador e a Bolívia, que vieram para a guerra em seu auxílio já que todos eles odiavam os espanhóis, seus antigos colonizadores. 

Depois de algumas batalhas navais a Espanha ficou sem saída e fugiu com o rabo entre as pernas. Para piorar eles não conseguiram voltar pra casa pelo mesmo caminho, e tiveram de dar uma volta no globo para chegar a Espanha através da Ásia.
Quase 1.000 pessoas morreram devido a literalmente m#rda de passarinho.

Military Museum of Finland, Domínio público, via Wikimedia Commons

Em 1939 a Rússia invadiu a Finlândia, mas por que? Bom... porque todo mundo estava fazendo isso ué!
Depois de ver vários países sendo invadidos no meio da Segunda Guerra Mundial, a Rússia não quis ficar pra trás e mirou na Finlândia. Em 13 de março de 1940 a Liga das Nações considerou o ataque ilegal e expulsou a União Soviética da organização. Mesmo assim o país russo era muito mais forte que a pequena Finlândia. No fim as hostilidades cessaram em março de 1940 com a assinatura do Tratado de Paz de Moscou. A Finlândia cedeu 11% do seu território, representando 30% da sua economia para a União Soviética.

Marzia58, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Esta é uma das muitas guerras incrivelmente estúpidas que surgiram simplesmente porque as pessoas estavam apenas procurando por qualquer desculpa possível para se matar.
Tudo aconteceu na Itália em 1325. As cidades rivais de Bolonha e Modena estavam constantemente brigando porque a Bolonha apoiou o Papa e Modena apoiou o Sacro Imperador Romano-Germânico. 

Um dia, alguns soldados de Modena roubaram um balde de carvalho de um poço bolonhês. Essa indignação moral foi desculpa suficiente para que Bolonha reunisse um exército, porque eles tinham que recuperar esse balde a todo custo.
O ataque foi um fracasso colossal, com mais de 30.000 soldados bolonheses sendo derrotados por apenas 7.000 soldados de Modena. Milhares morreram durante a batalha. Mas seja o que for, o importante é que Modena manteve o balde, que eles ainda exibem até hoje para insultar seus antigos inimigos.

Agence de presse Meurisse, Domínio público, via Wikimedia Commons

Todo mundo ama animais não é? Bom, pelo menos quem não é um psicopata ama eles. Conheça a Guerra do Cão Perdido, que aconteceu em outubro de 1925. 

Quando um soldado grego estava perseguindo o seu cão de estimação fujão, o cãozinho atravessou a fronteira para a Bulgária e seu dono o seguiu, esse foi seu erro final, quando um guarda búlgaro avistou o cão ele resolveu matar, mas ele não matou o cão e sim o soldado que o perseguia. 
A Grécia respondeu mobilizando um exército inteiro e invadindo a Bulgária. A Liga das Nações eventualmente interveio e forçou a Grécia a recuar, mas nesse ponto, 50 búlgaros já haviam morrido nos combates.

Pedro Américo, Domínio público, via Wikimedia Commons

E por último vamos falar de uma guerra que aconteceu aqui pertinho, a Guerra do Paraguai. Em 1864 o presidente paraguaio, Francisco Solano Lopez, estava decidido em mostrar ao mundo que ele era um ótimo militar, igual ao seu herói Napoleão Bonaparte, mas ele não tinha nenhuma guerra para lutar, e agora? Bom, o idiota realmente achou uma boa ideia declarar guerra aos seus vizinhos apenas para se exibir. Era Brasil, Uruguai e Argentina contra Paraguai.
Claro que o Paraguai não tinha chances, eles sofreram destruição do estado, perda de territórios e sua economia ruiu completamente, de modo que, mesmo décadas depois, ele não se desenvolveu da mesma maneira que seus vizinhos. Estima-se que o Paraguai tenha perdido até 69% da população, a maioria devido a doença, fome e esgotamento físico, dos quais 90% eram do sexo masculino, e também mantinha uma dívida de guerra alta com os países aliados que acabou sendo perdoado em 1943 pelo presidente brasileiro Getúlio Vargas.
Um novo governo pró-Brasil foi instalado em Assunção em 1869, enquanto o Paraguai permaneceu ocupado pelas forças brasileiras até 1876, quando a Argentina reconheceu formalmente a independência daquele país, garantindo sua soberania.
Ah, e o presidente paraguaio que declarou a guerra pagou com sua vida, ele foi baleado por soldados brasileiros, sua morte marcou o fim da guerra.

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