13 de novembro de 2018

Os maiores guerreiros do mundo animal #6

Animais podem ser tão corajosos quanto o mais valente dos humanos, muitos já deram suas vidas em guerras ao redor do mundo, mas alguns tiveram feitos tão legendários que eles entraram para a história.
Confira mais alguns dos maiores guerreiros animais que já viveram, e se você quiser conhecer os guerreiros humanos dessa lista, clique aqui e leia essa série de matérias desde a primeira parte.

FOTO:FORTEPAN / Schmidt Albin, Domínio público, via Wikimedia Commons
Conheça Jimmy The Donkey, ou Jimmy o Burro, sua história não é muito famosa mas ela já foi contada várias vezes através dos anos, o problema é que agora quase ninguém sabe o que é verdade e o que não é, mesmo assim vamos contá-la do melhor jeito possível.
Acredita-se que Jimmy "O Sargento" nasceu na França, bem no meio de uma guerra, isso depois que uma bomba feriu sua mãe grávida fazendo com que ela entrasse em trabalho de parto durante a Batalha do Somme em 1916. Tropas trouxeram o burro a vida em meio a bombas e tiros na linha de frente e o desmamaram em latas de leite condensado.
Os soldados acabaram se apegando a Jimmy e ele foi "adotado" pelo exército. Jimmy passou os dois anos seguintes carregando equipamento e soldados de um lado pro outro, e foi até ensinado a levantar a cabeça e sua patinha em saudação. O burrinho participou de algumas batalhas da Primeira Guerra Mundial durante esse período, mas a guerra não era brincadeira e Jimmy foi atingido pelo menos 3 vezes por bombardeios, mesmo assim ele sempre se levantava e continuava com seu serviço.
Graças a sua coragem Jimmy foi promovido a Sargento e ganhou 3 faixas que mostravam o seu serviço prestado.
Agora com a tropa de Fuzileiros Escoceses Camaroneses. Jimmy foi premiado com a Medalha Dickin por bravura, a mais alta honra militar de um animal, pelo Museu Cameronian, em Hamilton, na Escócia. 
Sam Morrell, membro da Associação Regimental dos Rifles Escoceses da Camerônia e historiador da guerra, disse: "Jimmy desempenhou um papel importante em manter a moral das tropas, mesmo que ele apenas agisse como uma distração do horror do que estava ao seu redor".
Em 1920 ele foi para Peterborough, onde os escoceses da República dos Camarões ficaram brevemente baseados antes de retornar à Escócia. Mas antes dos soldados partirem, Jimmy foi vendido em um leilão de caridade para uma mulher conhecida apenas como Sra. Heath, de Peterborough, Cambridgeshire.
Ao longo dos próximos 23 anos Jimmy participou de uma série de eventos de caridade, levantando milhares de libras para a RSPCA (uma organização criada para a proteção dos animais), incluindo passeios de burro para crianças ao longo da praia da cidade. Pode não ser o melhor emprego mas era melhor do que morrer na guerra.
Após sua morte, ele foi enterrado no Central Park de Peterborough em 1943 e um monumento foi erguido em sua homenagem. O túmulo caiu no esquecimento, mas foi restaurado em 2003.
Jimmy não é muito conhecido ao redor do mundo mas ele é famoso em Cameronian, tanto que ele foi homenageado como parte de uma exposição no Museu Cameronian em Hamilton.

Jeannette, Domínio público, via Wikimedia Commons
Timothy a Tartaruga de Guerra é mais um animal que fez parte da vida militar, sua história começa há muito tempo atrás, em 1884.
Acredita-se que a tartaruga nasceu na costa mediterrânea da Turquia e foi capturada por um navio português em 1854, com isso ela começou a sua vida como um marinheiro, com cerca de 10 anos de idade ela foi pega pelo capitão John Guy Courtenay-Everard, da Marinha Real Britânica. 
A tartaruga serviu como mascote em uma série de navios da marinha até 1892. Ela era a mascote do navio HMS Queen durante o primeiro bombardeio de Sevastopol na Guerra da Criméia. Bom, pra dizer a verdade ela foi a última sobrevivente desta guerra. Então se mudou para a HMS Princesa Charlotte, seguida pelo HMS Nankin. 
Como você deve ter imaginado a tartaruga não fazia muito durante as batalhas, ela não atacava inimigos e muito menos carregava coisas já que ela vivia em navios. Seu trabalho era apenas distrair os marinheiros das dificuldades da guerra, já que muitos sabiam que aquilo era uma viagem só de ida.
Depois de seu serviço naval, ela se aposentou para viver sua vida em terra firme, foi tomada pelo conde de Devon e criada em sua casa, o castelo de Powderham. 
A partir de 1935, ela viveu no jardim de rosas do castelo e foi propriedade de Camilla Gabrielle Courtenay (1913-2010), filha do 16º Conde de Devon. Em sua parte de baixo do casco estava gravado "Onde caí? O que eu fiz?", tradução do lema da família Courtenay "ubi lapsus, quid feci".
Em 1926, os donos de Timothy decidiram que ele deveria ter a chance de encontrar um grande amor e acasalar, então eles tiveram uma grande surpresa, descobriu-se que "ele" era fêmea. 
O que aconteceu é que na época de seu descobrimento ninguém sabia dizer o sexo de uma tartaruga e ela foi nomeada em homenagem a outra tartaruga que pertenceu ao naturalista Gilbert White. Apesar dessa informação útil, as tentativas de acasalamento não tiveram sucesso. 
Como você deve ter imaginado pelo fato da tartaruga ter batalhado na guerra e ter visto 16 gerações diferentes da mesma família, Timothy era velho, pelo menos em comparação com um humano. A tartaruguinha foi a última sobrevivente da guerra e a mais velha do país inteiro, quando ela faleceu ela tinha nada menos do que 160 anos de idade. Ela foi enterrada no próprio castelo, já que ela era considerada um membro da família.

Domínio público
Conheça Sargento Bill, o bode de guerra. Um bode estava puxando uma carroça em uma pequena cidade em Saskatchewan, Canadá em 23 de agosto de 1914 quando um trem, carregado de soldados que iam lutar na Primeira Guerra Mundial, parou.
A garota que era dona de Bill deixou os soldados levá-lo junto como um amuleto de boa sorte. Bill prosseguiu com sua nova família para o campo de treinamento de Valcartier e depois para a Inglaterra. Finalmente, a unidade recebeu suas ordens para prosseguir para a frente. As mascotes não deviam ir para as linhas de frente, mas os soldados já haviam se tornado muito apegados ao bode (que eles mal conheciam), então o esconderam em uma grande caixa e o levaram com eles.
Segundo o sargento Harold Baldwin, que escreveu o livro chamado "Holding the Line" em 1918, enquanto servia na guerra: "não pudemos nos separar de Billy; os garotos argumentaram que poderíamos facilmente conseguir outro, mas era longe demais das Montanhas Rochosas para pegar outra cabra. A dificuldade foi resolvida comprando uma enorme caixa de laranjas de uma mulher que estava fazendo um bom negócio com os meninos. As laranjas eram vendidas como bolos quentes e, em um instante, a caixa de laranjas foi convertida em uma jaula e Billy desembarcou no caixote e foi contrabandeado a bordo do trem."
Bill era famoso por beber cerveja da cantina e comer papéis importantes que estavam jogados por aí. No entanto, Bill se redimiu e ganhou o posto de Sargento durante a Batalha de Ypres, quando foi encontrado em uma cratera em cima de um nervoso soldado prussiano, apesar de ele próprio ter sido ferido por estilhaços. 
Bill foi atacado com gás com seus colegas na Segunda Batalha de Ypres, lutou em Vimy Ridge, atingido por bombas no Hill 70 e ficou ferido duas vezes em Festubert, onde empurrou três soldados em uma trincheira antes que uma bomba explodisse exatamente onde eles estavam em pé.
O "Sargento Bill", como o bode agora era chamado, foi para a surpresa de todos uma grande ajuda. Ele viu ação ao lado de seus amigos humanos em muitas batalhas, no final da guerra, Bill era um dos poucos soldados originais do 5º batalhão ainda ativo. Ele foi premiado com a Estrela de 1914-1915, a Medalha de Guerra Britânica e a Medalha de Vitória, por seus orgulhosos 4 anos e meio de serviço.
Uma vez terminada a luta, ele fez parte de um grande desfile na Alemanha, exibindo orgulhosamente um elegante casaco azul com suas listras de sargento. Depois de resolver alguns problemas com a imigração ele então voltou para sua cidade natal, onde ele se reuniu com sua dona. O bode viveu mais alguns anos depois disso.
Bill ficou famoso na época e até hoje prova que na guerra você não precisa ser humano para mostrar sua coragem.

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