O casamento faz parte da vida de muita gente, e eles quase sempre são iguais, o homem de terno, a noiva de branco, trocando alianças na frente de convidados e depois festejando e dançando. Mas por que os casamentos são assim? Você vai descobrir isso agora mesmo, e depois clique aqui e curta o nosso facebook para ler mais matérias interessantes como essa.
Ah, e se você se interessou pelo tema sugiro que leia também a matéria "Veja como os noivos se vestem redor do mundo", vai valer a pena.
Ephraim Moses Lilien, Domínio público, via Wikimedia Commons |
Vamos começar pelo mais básico, de onde veio o casamento em si? Antes do casamento acredita-se que famílias eram grupos de até 30 indivíduos com vários homens, várias mulheres (que os homens dividiam entre si) e crianças, que ninguém sabia quem era o pai.
A primeira evidência concreta e registrada de cerimônias de casamento que uniam uma mulher e um homem data de cerca de 2350 a.C., na antiga Mesopotâmia. Mas naquela época amor não fazia parte da equação, o casamento servia para duas coisas, mostrar que aquela mulher era "propriedade registrada" de um homem, e que os filhos dela eram realmente filhos biológicos de seu esposo. Além disso reis e outros membros da realeza se casavam por poder e para forjar alianças políticas.
Na cerimônia de noivado da Grécia antiga, um pai entregava a filha com estas palavras: "Prometo a minha filha com o objetivo de produzir filhos legítimos", e se a mulher não conseguisse engravidar, o marido tinha direito legal de se separar dela para arranjar uma outra mulher que conseguisse gerar filhos.
Foto de Hisu lee na Unsplash |
Quando o amor entrou em cena exatamente ninguém sabe, mas foi entre o século XVII e XVIII, quando os pensadores do chamado movimento do Iluminismo foram pioneiros na ideia de que a vida era sobre a busca da felicidade, eles defendiam o casamento por amor e não por riquezas ou status social.
Essa tendência foi aumentada pela Revolução Industrial e pelo crescimento da classe média no século XIX, que permitia aos jovens selecionar um parceiro e pagar por seu próprio casamento, independentemente da aprovação dos pais do noivo e da noiva.
E a medida que as pessoas assumiam mais controle de suas vidas amorosas elas começaram a exigir também o direito de acabar com as uniões infelizes, tornando o divórcio muito mais popular do que ele era antes.
Foto de zelle duda na Unsplash |
Agora que cobrimos o básico vamos começar com as tradições, e a primeira delas é o padre, quase todo casamento religioso tem um padre envolvido, é ele que "oficializa" a união na frente de testemunhas.
Na Roma antiga o casamento era um assunto civil governado pela Lei Imperial. Mas quando o império em si entrou em colapso, no século V, os tribunais da Igreja assumiram e elevaram o casamento ao status de uma "união sagrada".
À medida que o poder da igreja cresceu através da Idade Média, o mesmo aconteceu com sua influência sobre o casamento. Em 1215, o casamento foi declarado um dos sete sacramentos da Igreja, juntamente com ritos como batismo e penitência. Mas foi somente no século XVI que a Igreja decretou que os casamentos fossem realizados em público, por um padre e diante de testemunhas.
Walters Art Museum, Domínio público, via Wikimedia Commons |
É comum que noivos façam a troca de alianças para simbolizar o seu amor e seu compromisso, a tradição não é muito bem documentada mas dizem que os egípcios foram os primeiros a usar anéis em uma cerimônia de união, em 3000 a.C.
Os anéis eram feitos de cânhamo trançado ou juncos formados em um círculo, que é o símbolo da eternidade, não apenas para os egípcios, mas para muitas outras culturas antigas. Esses anéis eram colocados no quarto dedo da mão esquerda (conhecido hoje como dedo anelar), pois os egípcios acreditavam que uma veia corria daquele dedo direto para o coração da pessoa, os gregos chamavam essa veia de "veia amoris", ou veia do amor, mas hoje sabemos que ela nem ao menos existe.
Na Roma Antiga o noivo dava um anel para o pai da noiva, simbolizando que a mulher agora pertencia a ele. Algumas esposas chegavam a usar chaves presas ao anel, simbolizando que agora elas eram "propriedade" de seus esposos.
Walters Art Museum, Domínio público, via Wikimedia Commons |
Antes das alianças porém é costume que o noivo dê a sua futura esposa ou esposo uma aliança de noivado, que normalmente contém um diamante.
O primeiro uso bem documentado de um anel de diamante sendo usado em um noivado foi pelo Arquiduque Maximiliano da Áustria na corte imperial de Viena em 1477, após seu noivado com Maria da Borgonha. Isso então influenciou os de classe social mais alta e de riqueza significativa a dar anéis de diamante para seus entes queridos. Um costume que acabou chegando a classe média, que queria ser tão chique quanto seus reis e passaram a dar diamantes mais baratos para seus amantes.
Domínio público |
E já que estamos falando do povo tentar copiar a nobreza, vamos falar do famoso vestido branco, ele só é usado hoje em dia porque a Rainha Vitória da Inglaterra, quando se casou com o príncipe Albert no século XIX, estava usando um vestido desses. Depois disso toda mulher queria se vestir igual a Rainha no seu grande dia, e a moda do vestido branco se espalhou.
Acredita-se que Vitória usou um vestido dessa cor para simbolizar sua pureza sexual, mas isso é o que os religiosos falam, segundo pesquisadores ela só usou um vestido branco para destacar os enfeites dele.
Também é bom deixar claro que a Rainha não inventou os vestidos brancos de casamento, ela apenas popularizou eles.
E como já falamos nessa matéria aqui, a música mais usada em casamentos ao redor do mundo se chama apropriadamente Marcha Matrimonial, do compositor Felix Mendelssohn Bartholdy, escrita em 1842. Originalmente a música foi feita para acompanhar uma peça de Shakespeare e não tinha nada a ver com casamentos de verdade.
A primeira vez que a "Marcha Matrimonial" ou "Marcha Nupcial" de Mendelssohn foi usada em um casamento foi quando Dorothy Carew se casou com Tom Daniel na Igreja de São Pedro, em Tiverton, Inglaterra, em 2 de junho de 1847, quando foi executada pelo organista profissional Samuel Reay.
No entanto, a música não se tornou popular em casamentos até que foi selecionada por Victoria, a Princesa Real da Inglaterra, para o seu casamento com o príncipe Frederico Guilherme da Prússia, em 25 de janeiro de 1858. A noiva era a filha da rainha Vitória, que amava a música de Mendelssohn e para quem o músico tocava frequentemente durante as visitas à Grã-Bretanha.
Quando os plebeus viram aquela música sendo tocada no casamento da realeza, toda mulher queria que ela fosse tocada em seu próprio casamento, mais uma vez tentando imitar a realeza. Hoje quase todos os países ocidentais tocam ela quando a noiva entra na Igreja.
Foto de Jessica Hearn na Unsplash |
Já o famoso véu, acredite ou não, possivelmente era pra esconder o quão feia era a noiva. O noivo só podia ver o rosto de sua "amada" depois que a cerimônia fosse concluída, isso evitava que ele cancelasse tudo caso achasse a noiva... diferente do que ele imaginava. É daí também que vem a tradição do noivo não poder ver a noiva antes do casamento para não dar má sorte.
Alguns historiadores dizem que os romanos antigos foram os primeiros a incorporar oficialmente o véu na cerimônia de casamento, acreditando que a noiva podia atrair espíritos malignos em seu dia importante. O véu foi usado então para cobrir o rosto da noiva, a fim de protegê-la dos espíritos que tinham ciúmes de sua felicidade e tentavam perturbar a união.
E falando em espíritos, o costume dos buquês de flores tem sua origem nos tempos antigos quando as mulheres carregavam cachos de alho, ervas e especiarias para afastar os maus espíritos.
O buque também servia para mascarar o fedor da noiva (e do noivo), já que naquela época tomar banho todo dia era coisa de gente maluca.
Já jogar o buquê vem do fato de que quando o casamento acabava, mulheres "atacavam" a noiva para pegar pedaços de seu cabelo e roupas. Elas faziam isso porque a noiva era considerada sortuda, então ter "pedaços" dela daria sorte a essas mulheres.
Em outras palavras jogar o buquê (e provavelmente sair correndo depois) era uma maneira de "defender" a noiva de ataques enquanto os convidados lutavam para ver quem ficava com as flores.
E se você acha que os espíritos não influenciaram muita coisa, vamos falar das madrinhas, o único motivo delas existirem era para servir de isca para espíritos, que iriam atrás delas e não da noiva. É por isso que os vestidos das madrinhas e das damas de honra costumavam ser parecidos ou até iguais os da noiva, para confundir os espíritos.
Já os padrinhos tinham outra tarefa, eles deviam defender os noivos de ataques, lidar com convidados indesejados, e caso alguém desafiasse o noivo para um duelo o padrinho lutava em seu lugar. Por causa disso tudo eles normalmente andavam armados durante esses eventos.
E dependendo da cultura, os padrinhos também ajudavam o noivo a raptar a noiva, e impediam que outros tentassem "roubar" ela depois.
Os primeiros bolos de casamento foram provavelmente feitos na Grécia Antiga, mas não temos registros concretos disso, o que se sabe é que o bolo é usado desde os tempos medievais. Originalmente eles eram feitos de trigo, que simbolizava a fertilidade e a prosperidade, mas eles não eram comidos e sim quebrados em cima da noiva, para simbolizar boa sorte ao casal.
O bolo de casamento moderno como o conhecemos hoje se originaria no casamento de 1882 do príncipe Leopold, duque de Albany, seu bolo de casamento foi o primeiro a ser completamente comestível. Naquela época açúcar era uma iguaria, por isso só os mais ricos tinham bolos 100% doces e comestíveis em seus casamentos.
Durante o século XVI e século XVII, a "torta da noiva" é que era servida na maioria dos casamentos. Diferente do bolo de casamento moderno, a torta de noiva era salgada, com massa de pastelaria e recheio de ostras, testículos de cordeiro, grãos de pinheiro e cristas de galos.
Antigamente era tradição jogar arroz nos noivos, mas hoje muitos preferem não fazer isso por vários motivos. Jogar arroz no final da cerimônia significava simbolizar a chuva, que era considerada um sinal de prosperidade, fertilidade e boa sorte.
O costume começou com os romanos antigos, que originalmente jogavam trigo, mas logo o arroz se tornou um símbolo universal de fertilidade e eles passaram a usar ele no lugar.
Muitos casamentos são acompanhados do badalar de sinos, essa tradição foi popularizada pelos celtas, eles acreditavam que o barulho deles afastava os maus espíritos.
O toque dos sinos também era usado como uma maneira de espalhar notícias por longas distâncias, de modo que os sinos após um casamento informavam toda a área que os amantes agora estavam oficialmente casados.
O famoso chá de cozinha, chá de panela ou chá da noiva surgiu das práticas do dote, quando a família de uma mulher tinha de pagar o noivo para ele se casar com a noiva. Se a família fosse pobre e não tivesse dinheiro para fornecer um dote para ela, ou quando um pai se recusava a dar o dote à filha porque ele não aprovava o casamento, os amigos da mulher se reuniam e traziam presentes que compensavam o dote e permitiam que ela se casasse com o homem de sua escolha.
A prática do noivo carregar a noiva através da porta de sua nova casa ou quarto também remonta à Roma Antiga. Naquela época, a noiva tinha que provar que não estava deixando a casa de seu pai por vontade própria, pois isso seria impróprio dela, então carregar a noiva significava que ela estava sendo "forçada" a deixar sua família para trás.
Os romanos também acreditavam que os espíritos malignos tentavam amaldiçoar o casal uma última vez no limiar da porta, então o noivo tinha que levantar os pés da noiva acima do solo para não deixar que os espíritos entrassem no corpo dela.
A tradição do pai da noiva levar ela ao altar significava que ele estava literalmente dando ela ao noivo, já que mulheres eram consideradas propriedades. Isso também ajudava a evitar que o noivo desistisse do casamento por não gostar da noiva e tentasse sair fora da enrascada.
As famosas despedidas de solteiro foram criadas pelos espartanos no século V a.C, na época o noivo se reunia com seus amigos em um jantar especial onde eles faziam brindes em homenagem ao futuro esposo.
Mas então de onde vieram as strippers, bebidas e safadezas em geral? Isso só aconteceu lá pelos anos 80 nos E.U.A, devido a comédias meia-boca que popularizaram essas coisas como a norma de despedidas de solteiro.
E por último depois do casamento vem a famosa lua de mel, mas essas viagens também não tinham nada de românticas. Originalmente as luas de mel serviam para visitar os parentes que não puderam comparecer ao casamento, elas foram popularizadas na Grã Bretanha do século XIX. Amigos e familiares também costumavam acompanhar os noivos nessas visitas.
E aí gostou? Se a resposta for sim venha curtir o nosso facebook e ler mais matérias interessantes todos os dias.
O buque também servia para mascarar o fedor da noiva (e do noivo), já que naquela época tomar banho todo dia era coisa de gente maluca.
Foto de Allef Vinicius na Unsplash |
Em outras palavras jogar o buquê (e provavelmente sair correndo depois) era uma maneira de "defender" a noiva de ataques enquanto os convidados lutavam para ver quem ficava com as flores.
Foto de Katelyn MacMillan na Unsplash |
Foto de K. Mitch Hodge na Unsplash |
E dependendo da cultura, os padrinhos também ajudavam o noivo a raptar a noiva, e impediam que outros tentassem "roubar" ela depois.
Foto de Thomas William na Unsplash |
O bolo de casamento moderno como o conhecemos hoje se originaria no casamento de 1882 do príncipe Leopold, duque de Albany, seu bolo de casamento foi o primeiro a ser completamente comestível. Naquela época açúcar era uma iguaria, por isso só os mais ricos tinham bolos 100% doces e comestíveis em seus casamentos.
Durante o século XVI e século XVII, a "torta da noiva" é que era servida na maioria dos casamentos. Diferente do bolo de casamento moderno, a torta de noiva era salgada, com massa de pastelaria e recheio de ostras, testículos de cordeiro, grãos de pinheiro e cristas de galos.
Foto de Jonathan Borba na Unsplash |
O costume começou com os romanos antigos, que originalmente jogavam trigo, mas logo o arroz se tornou um símbolo universal de fertilidade e eles passaram a usar ele no lugar.
Foto de Nick Fewings na Unsplash |
O toque dos sinos também era usado como uma maneira de espalhar notícias por longas distâncias, de modo que os sinos após um casamento informavam toda a área que os amantes agora estavam oficialmente casados.
Foto de Casey Chae na Unsplash |
outreachr.com, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons |
Os romanos também acreditavam que os espíritos malignos tentavam amaldiçoar o casal uma última vez no limiar da porta, então o noivo tinha que levantar os pés da noiva acima do solo para não deixar que os espíritos entrassem no corpo dela.
Foto de Taylor Gray na Unsplash |
Foto de Kats Weil na Unsplash |
Mas então de onde vieram as strippers, bebidas e safadezas em geral? Isso só aconteceu lá pelos anos 80 nos E.U.A, devido a comédias meia-boca que popularizaram essas coisas como a norma de despedidas de solteiro.
Foto de Upgraded Points na Unsplash |
E aí gostou? Se a resposta for sim venha curtir o nosso facebook e ler mais matérias interessantes todos os dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário