Bem vindo a mais uma parte de nossa série de matérias sobre a história real dos maiores criminosos que já viveram, aqueles que viraram lendas devido a seus feitos e entraram na história.
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Che Guevara é mais um nome dessa lista que muitos vão dizer que foi um criminoso enquanto outros vão dizer que foi um herói, mas quem está certo? Leia a matéria até o final e tire suas próprias conclusões.
Nascido em Rosario, Argentina como Ernesto Guevara ele era filho de Ernesto Guevara Lynch e Célia de Serna e Llosa, sua data de nascimento era 14 de junho de 1928 de acordo com sua certidão de nascimento, mas, de acordo com o livro do biógrafo Jon Lee Anderson, "Che Guevara: Uma Vida Revolucionária", a mãe de Che confidenciou a um amigo astrólogo que ele nasceu em 14 de maio de 1928, o "engano" foi feito para evitar o escândalo dela já estar grávida de três meses antes de se casar. Para resumir Guevara era o mais velho de cinco filhos de uma família argentina de classe média de descendência espanhola e irlandesa.
Desde muito cedo na vida, "Ernestito" (como ele era chamado por sua família) desenvolveu o que foi descrito como uma "afinidade pelos pobres". Crescendo em uma família com tendências esquerdistas, Guevara foi apresentado a um amplo espectro de perspectivas políticas desde cedo. Seu pai era um firme defensor dos republicanos da Guerra Civil Espanhola e ele costumava receber muitos veteranos do conflito na casa dele. Guevara, porém, não era perfeito para a vida de soldado, ele sofria crises de asma aguda, mas ainda assim se destacou como atleta, praticando natação, futebol, golfe e tiro, além de se tornar um ótimo ciclista e jogador de rugby. Ele também aprendeu xadrez com seu pai e aos 12 anos já participava de torneios oficiais. Guevara ainda conseguia recitar livros considerados complicados, na verdade sua casa tinha mais de 3.000 livros, e ele lia todos os filósofos que encontrava. Anos depois um documento da CIA viria a dizer que Guevara era "bastante intelectual para um latino".
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Museo Che Guevara, Domínio público, via Wikimedia Commons |
Em 1948 Guevara entrou na Universidade de Buenos Aires para estudar medicina, mas ele queria mesmo era viajar pelo mundo, e assim ele o fez, ele colocou um motor em uma bicicleta e viajou por mais de 4,500 Km da América Latina, depois durante 9 meses ele viajou mais 8.000 Km.
Por onde ele passava Guevara observava a pobreza do povo, ele se irritou com as "vitimas do capitalismo", com as condições de trabalho de mineiros, com pais pobres demais para pagar pelo tratamento médico de seus filhos, com a fome extrema e com fazendeiros ricos que exploravam os pobres. Guevara, porém, encontraria amizade em um lugar inesperado, em uma colônia de leprosos onde ele queria fazer trabalho comunitário.
A jornada levou Guevara pela Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Panamá e Miami, Flórida, antes de voltar para casa em Buenos Aires, onde em 1953 ele pegou seu diploma de medicina, se tornando então oficialmente "Dr. Ernesto Guevara".
A jornada levou Guevara pela Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Panamá e Miami, Flórida, antes de voltar para casa em Buenos Aires, onde em 1953 ele pegou seu diploma de medicina, se tornando então oficialmente "Dr. Ernesto Guevara".
Embora Guevara fosse agora um médico ele não conseguia tirar o horror que ele observou em suas viagens de sua cabeça, ele então passou a acreditar que como médico ele não poderia fazer nada pelo povo, mas como político ele teria uma chance.
Em 7 de julho de 1953, Guevara partiu novamente, desta vez para a Bolívia, Peru, Equador, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras e El Salvador. Mais uma vez ele se irritou com o capitalismo que observou, ele passou a se envolver mais com a política local, encontrando socialistas e comunistas por onde passava.
Na Cidade da Guatemala, Guevara procurou por Hilda Gadea Acosta, uma economista peruana que estava bem relacionada politicamente como membro da Alianza Popular Revolucionaria Americana de Esquerda. Ela apresentou Guevara a vários membros de alto nível do governo, Guevara até estabeleceu contato com um grupo de exilados cubanos vinculados a Fidel Castro. Foi também durante esse período que ele adquiriu seu famoso apelido "Che", devido ao fato dele usar muito essa palavra argentina em suas frases. "Che" pode significar coisas como "amigo", mas é normalmente usada para dizer nada, significando coisas como "ei", "oh", "tá", "ok" e etc.
Em maio de 1954 a CIA americana começou a chamada operação "PBSUCCESS" para retirar o presidente da Guatemala Jacobo Árbenz do poder. Guevara estava ansioso para lutar em nome de Árbenz e juntou-se a uma milícia armada organizada pela Juventude Comunista, mas frustrado com a inação do grupo, ele logo voltou às suas funções médicas. Após o golpe, ele novamente se ofereceu para lutar, mas logo depois Árbenz refugiou-se na Embaixada do México e disse a seus apoiadores estrangeiros para deixarem o país. Os repetidos apelos de Guevara para resistir foram notados pelos apoiadores do golpe e ele foi marcado para morrer. Depois que Hilda Gadea foi presa, Guevara buscou proteção dentro do consulado argentino, onde permaneceu até receber um passe de conduta segura algumas semanas depois, ele então seguiu para o México.
Como a guerra havia começado porque os E.U.A queriam retirar uma pessoa eleita legalmente do poder, Che passou a ver os E.U.A como um governo imperialista que só ligava para ele mesmo, sem se importar com países menores e pessoas que ficavam em seu caminho.
Em 1954 Guevara foi para o México, onde trabalhou em um Hospital Infantil, ele ajudava os mais pobres como podia e as vezes até escrevia poemas sobre eles. Ainda no México ele foi apresentado aos irmão Raúl e Fidel Castro, que na época estavam planejando retirar o ditador cubano Fulgencio Batista do poder. Che se interessou pela causa e se juntou a eles no mesmo dia. Guevara deveria ser apenas o médico do exército revolucionário, mas acabou aprendendo técnicas militares também, na verdade Che tinha as notas mais altas de qualquer soldado em todos os testes que davam a ele, tanto que no final do curso, ele foi chamado de "o melhor guerrilheiro de todos" por seu instrutor, o General Bayo. Che acabou se casando em 1955, mas mesmo assim foi a guerra em Cuba.
Em novembro de 1956, o grupo dirigido por Fidel Castro desembarcou em Cuba, mas no primeiro confronto com as tropas de Batista, morreram quase todos os revolucionários. Fidel, Guevara e os poucos sobreviventes se refugiaram na serra Maestra. Em janeiro de 1959, após vitórias decisivas, e a morte de centenas de homens que foram fuzilados, Guevara, Fidel e Raul Castro ocuparam Havana e foram saudados pela população local como heróis, isso porque os soldados cubanos de Batista estavam matando e torturando inocentes já fazia um bom tempo. Com as mudanças políticas no país, Fidel nomeou Che Guevara para a diretoria do Instituto Nacional de Reforma Agrária, depois para presidente do Banco Nacional e mais tarde para Ministro da Indústria.
Guevara queria que a indústria cubana se nacionalizasse e parasse de depender de outros países, ele também queria que mais pessoas fossem alfabetizadas. Ele ficou conhecido por trabalhar até 36 horas seguidas, mas como político ele não era tão bom assim.
Como resultado de suas intervenções a produção agrícola caiu pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de Cuba, entrou em colapso. Em 1963 a ilha passou a viver da ajuda enviada pela então União Soviética. Sem ter mais o que fazer em Cuba, divergindo de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento econômico, Che decidiu ir ajudar outras revoluções e deixar o país para trás, e assim ele fez, desaparecendo de Cuba sem aviso prévio.
Como resultado de suas intervenções a produção agrícola caiu pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de Cuba, entrou em colapso. Em 1963 a ilha passou a viver da ajuda enviada pela então União Soviética. Sem ter mais o que fazer em Cuba, divergindo de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento econômico, Che decidiu ir ajudar outras revoluções e deixar o país para trás, e assim ele fez, desaparecendo de Cuba sem aviso prévio.
Em 1965, Che foi combater no Congo, na África, com outros 100 cubanos para auxiliar na luta contra a ditadura do General Mobutu, mas ele não conseguiu que seus soldados lutassem ao seu lado, ele então perdeu a guerra antes mesmo de poder lutar nela. Com o fracasso Che seguiu para a Bolívia onde organizou um grupo guerrilheiro, com o objetivo de unificar os países da América Latina sob a bandeira do socialismo.
Além da falta de apoio do povo boliviano, que tratou Guevara e os seus cubanos como um bando de bandidos e ladrões, a expedição fracassou também pela traição do Partido Comunista Boliviano.
Guevara era visto por muitos como um herói do povo, alguém que lutava pelos mais pobres, que defendia aqueles que não podiam ou não conseguiam se defender sozinhos, mas outros o consideravam um militar idiota e violento que mandava seus soldados a morte, e alguns viam ele apenas como um esquerdista ladrão. Che preferia lutar do que fazer acordos, não importando quantos homens ele mandava a morte, ele não confiava em "imperialistas", "capitalistas" e países do tipo, devido a isso as pessoas pararam de confiar nele, ninguém queria se juntar ao seu exército, eles consideravam ele um suicida pronto para morrer pelos seus ideais.
Mas além do povo local existia outro grupo que não gostava de Che Guevara, a CIA. Che era tudo eles odiavam, por isso a decisão era lógica, ele tinha de morrer. Félix Rodríguez, um exilado cubano que se juntou a Divisão de Atividades Especiais da CIA, aconselhou as tropas bolivianas durante a caçada a Guevara na Bolívia. Além disso o documentário de 2007 "My Enemy's Enemy" alega que o criminoso de guerra nazista Klaus Barbie aconselhou e possivelmente ajudou a CIA a orquestrar a captura de Guevara.
Em 7 de outubro de 1967, um informante disse as Forças Especiais Bolivianas a localização do acampamento de Guevara na ravina Yuro. Na manhã de 8 de outubro, eles cercaram a área com dois batalhões de 1.800 soldados e avançaram para o barranco, iniciando uma batalha em que Guevara foi ferido e preso enquanto liderava um destacamento. O biógrafo de Che, Jon Lee Anderson, relata o relato do sargento boliviano Bernardino Huanca que, quando os guardas bolivianos se aproximaram, Guevara, duas vezes ferido, levantou os braços em sinal de rendição e gritou aos soldados: "Não atire! Eu sou Che Guevara e eu valho mais para você vivo do que morto."
Guevara foi amarrado e levado para uma escola em ruínas na aldeia vizinha de La Higuera na noite de 8 de outubro. No meio dia seguinte, Guevara se recusou a ser interrogado por oficiais bolivianos e só falou em voz baixa com soldados, ele, mesmo amarrado, até chegou a chutar um deles e também cuspiu na cara de um interrogador.
Mais tarde naquela manhã de 9 de outubro, o presidente boliviano René Barrientos ordenou que Guevara fosse morto. A ordem foi transmitida à unidade que mantinha Guevara por Félix Rodríguez, apesar do desejo do governo dos Estados Unidos de que Guevara fosse levado ao Panamá para mais interrogatórios.
Acredita-se que o carrasco que se ofereceu para matar Guevara foi Mario Terán, um sargento de 27 anos do exército boliviano que, enquanto meio bêbado, pediu para matar Guevara porque três de seus amigos haviam sido mortos em um tiroteio vários dias antes com o grupo de guerrilheiros de Guevara. Para fazer com que as feridas de bala pareçam consistentes com a história que o governo boliviano planejava divulgar ao público, Félix Rodríguez ordenou que Terán não atirasse na cabeça de Guevara, mas que visasse com cuidado para fazer parecer que Guevara havia sido morto em ação durante um confronto contra o exército boliviano.
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Felix Rodriguez, Domínio público, via wikimedia commons |
Cerca de 30 minutos antes da morte de Guevara, Félix Rodríguez tentou interrogá-lo sobre o paradeiro de outros guerrilheiros que estavam atualmente à solta, mas Guevara continuou em silêncio. Rodríguez, assistido por alguns soldados bolivianos, ajudou Guevara a se levantar e o levou para fora da cabana para desfilá-lo diante de outros soldados bolivianos, onde ele posou com Guevara para uma foto. Depois, Rodríguez disse a Guevara que ele seria executado. Um pouco depois, Guevara foi perguntado por um dos soldados bolivianos que o vigiava se ele estava pensando em sua própria imortalidade. "Não", respondeu ele, "estou pensando na imortalidade da revolução." Alguns minutos depois, o sargento Terán entrou na cabana para matá-lo, quando Guevara teria se levantado e falado com Terán suas últimas palavras: "Eu sei que você veio me matar. Atire, covarde! Você só vai matar um homem!". Terán hesitou, depois apontou sua carabina M2 auto-carregável para Guevara e abriu fogo, atingindo-o nos braços e nas pernas. Então, enquanto Guevara se contorcia no chão, aparentemente mordendo um dos pulsos para evitar gritar, Terán disparou outra rajada, ferindo-o fatalmente no peito. Guevara foi declarado morto às 13:10, horário local, de acordo com Rodríguez.
Ao todo, Guevara foi baleado nove vezes por Terán. Isso incluiu cinco vezes nas pernas, uma no ombro e braço direito e outra no peito e na garganta.
Ao todo, Guevara foi baleado nove vezes por Terán. Isso incluiu cinco vezes nas pernas, uma no ombro e braço direito e outra no peito e na garganta.
Após sua execução, o corpo de Guevara foi amarrado aos esquis de um helicóptero e levado para Vallegrande, nas proximidades, onde foram tiradas fotografias dele deitado em uma chapa de concreto na lavanderia da Nuestra Señora de Malta. Esse foi o fim do grande revolucionário.
Não precisa nem dizer que Che virou uma lenda não é mesmo? Seu rosto está em camisas, bandeiras, tatuagens e tudo que você puder imaginar. Sua vida virou livros, filmes, documentários, jogos e mais. Na verdade podemos até dizer que Che ficou mais famoso após a sua morte, como um símbolo de revolução, do que ele conseguiu ser em vida.
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