17 de março de 2020

Coisas que foram inspiradas por animais e você não sabia

No mundo é muito comum que cientistas e pesquisadores se inspirem na natureza na hora de criar algo novo, mas você provavelmente nem sabe de onde exatamente veio essa inspiração e nem no que ela foi usada.
Veja agora algumas coisas que foram inspiradas por animais na hora de serem construídas.

James Gathany, Domínio público, via Wikimedia Commons
O que cientistas poderiam aprender com mosquitos? Como retirar o seu sangue é claro. Cientistas estão usando a capacidade de picada indolor dos mosquitos para tornar as agulhas menos doloridas para os seres humanos na hora de fazer exames.
Pesquisadores e engenheiros da Universidade Kansai, no Japão, pegaram ideias da boca em forma de agulha do mosquito (chamada probóscide) para projetar uma agulha de três pontas minimamente invasiva. A agulha também vibra levemente a cerca de 15 hz., imitando uma mordida real, o que facilita a entrada da agulha na pele, diminuindo a dor.
Testes conduzidos em laboratórios já provaram que a agulha funcionou perfeitamente bem, mas quando ela vai ser usada no resto do mundo ninguém sabe, isso porque ela é mais difícil e cara de se produzir do que agulhas comuns.

© Frank Schulenburg / CC BY-SA 4.0, via wikimedia commons
A cabeça de um simples pica-pau inspirou algo que você provavelmente nunca imaginaria: a caixa preta dos aviões. 
Pesquisadores se perguntaram, como os pica-paus eram capazes de bicar os troncos das árvores o dia inteiro e de alguma forma nunca se machucar com o impacto? Eles descobriram que isso era porque seus crânios têm amortecedores embutidos e agora os cientistas estão roubando seu design natural para caixas pretas de aviões.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, usaram vídeos e tomografias computadorizadas de pica-paus para descobrir que seus crânios são projetados com quatro estruturas que absorvem choques mecânicos, e também que seus bicos têm uma área preenchida com um esponjoso fluido cerebrospinal que trabalha para inibir a vibração e as concussões. Os cientistas usaram isso para criar caixas pretas mais resistentes a impactos.

Jennifer Leigh, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons
Cientistas estão usando os próprios gatos para combater as alergias a gatos, para realizar isso eles se inspiraram nas línguas dos bichanos. 
As línguas dos gatos são curvas e de ponta oca, com pequenos espinhos chamados papilas. Os cientistas adotaram esse design para criar uma nova escova, chamada de TIGR. Um artigo publicado na revista "PNAS" explicou que a escova cravejada de espinhos pequenos, curvos e flexíveis, remove os pelos soltos de humanos e felinos, consequentemente tornando os gatos menos alergênicos.

Nevit Dilmen, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
Acredite ou não foram os vaga-lumes que ajudaram a tornar as lâmpadas LED mais eficientes. As "lanternas" no bumbum dos insetos têm microestruturas, ou projeções microscópicas assimétricas, que liberam a luz. Pesquisadores da Penn State descobriram que adicionar microestruturas à superfície dos LEDs, que normalmente têm projeções simétricas e não assimétricas, permite que mais luz escape, tornando-as mais eficientes e melhorando a extração de luz em até incríveis 90%.

Foto de Jamie Street na Unsplash
Você pode agradecer a um dono de cachorro pela invenção do Velcro. O engenheiro suíço Georges de Mestral patenteou o design do Velcro em 1955, depois de estudar como pedaços de plantas grudavam no pelo de seu cão depois de uma caçada em 1941.
Ele examinou o design das rebarbas e seus "ganchos" sob um microscópio e encontrou um tecido que mantinha a forma exata. O cara então acabou combinando algodão e nylon e os prendeu a um pedaço de pano separado com laços minúsculos. E foi assim que o Velcro nasceu.

Rainer Zenz, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
Esses moluscos aquáticos chamados de mexilhões inspiraram os cientistas a fazer um dos adesivos mais fortes do mundo. Mas como? Pesquisadores descobriram como os mexilhões se prendem a superfícies molhadas e replicaram isso em um adesivo para uso comercial. Eles criaram um modelo de polímero biomimético que contém proteínas com o aminoácido DOPA, que fornece a adesão da cola.
Em um estudo publicado na revista "ACS Applied Materials and Interfaces", os cientistas descobriram que a cola teve um desempenho 10 vezes melhor do que outros adesivos comerciais quando usada para colar alumínio polido.

Foto de Thomas Evans na Unsplash
As girafas são atualmente alguns dos animais mais altos da Terra, o que significa que o sangue delas tem muita área para circular em seus corpos enormes, cientistas então usaram elas como base para ajudar os seres humanos no tratamento de úlceras venosas nas pernas com terapia de compressão.
Esses animais têm uma pele extremamente resistente, fibrosa e não elástica, o que cria uma "manga" rígida que otimiza o retorno venoso. Os cientistas usaram essa descoberta para criar um sistema de compressão para humanos, o que resultou em um tratamento para quem sofre de edema e úlceras venosas nas pernas.

Foto de Mads Severinsen na Unsplash
Pesquisadores notaram que os camelos vivem nos climas mais secos do mundo e, de alguma forma, são capazes de funcionar e viver perfeitamente. Então os cientistas decidiram copiar eles, mais precisamente as narinas do animal.
Os camelos conservam a água ao resfriar o ar expirado durante a noite, extraindo o vapor de água do ar expirado e absorvendo e mantendo as moléculas de água do próprio ar, parece complicado? Isso porque é mesmo.
Agora pesquisadores no deserto do Saara estão usando a mesma técnica dos camelos para remover o sal da água e irrigar as plantas, usando água fria do solo para evaporar a água quente do mar, que é então condensada sem o sal.

Foto de Zdeněk Macháček na Unsplash
Beija-flores têm a capacidade de voar para trás e pairar no mesmo lugar. Pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade de Wageningen publicaram um estudo após rastrear o torque das asas de 12 espécies diferentes de beija-flores, e descobriram que a proporção entre o comprimento de suas asas e a largura determinava sua capacidade de flutuar. Agora engenheiros esperam usar essas novas informações na hora de projetar helicópteros em um futuro próximo.

Totti, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
O Bacalhau-polar vive em áreas muito geladas, onde humanos provavelmente nunca sobreviveriam, cientistas então se perguntaram o que eles poderiam aprender com esse peixe, eles acabaram descobrindo que essa espécie de bacalhau desenvolveu um mecanismo evolutivo para impedi-los de congelar nas águas geladas em que habitam. 
O bacalhau evita o congelamento graças a proteínas anticongelantes que circulam no sangue para mantê-lo na forma líquida, e não na sólida. Isso levou os pesquisadores da Universidade de Warwick a criar um novo polímero para preservar o sangue humano, ele é chamado de álcool polivinílico, que age como um anticongelante e evita o congelamento, que pode matar células. A tecnologia está sendo usada em bancos de sangue e hospitais em geral.

Foto de Rémi Boudousquié na Unsplash
As baleias jubarte são um dos maiores animais da Terra e, no entanto, elas se movem com rapidez e agilidade graças ao impulso de suas nadadeiras. Cientistas então pensaram no que eles poderiam usar essa informação, e o resultado foi algo que você nunca adivinharia, as nadadeiras foram estudadas e modeladas como turbinas eólicas. 
Essas turbinas tem uma eficiência muito maior do que turbinas comuns, além disso elas também tem o potencial de melhorar a segurança e o desempenho de aviões, ventiladores e muito mais.

Foto de Alfred Schrock na Unsplash
Mais uma que você nunca esperaria, as asas de uma borboleta foram usadas em uma tecnologia que evita a falsificação de notas de dinheiro. Quem iria imaginar né?
Um projeto chamado NOtES, de pesquisadores da Universidade Simon Fraser, estudou asas de borboletas e sua iridescência (fenômeno óptico que faz certos tipos de superfícies refletirem as cores do arco-íris). Eles criaram uma tecnologia usando estruturas que interferem na luz em nanoescala para criar um selo anti falsificação que pode ser impresso em notas de dinheiro. Esse selo é muito mais complicado de se falsificar do que um selo comum.

Foto de Andrew Rice na Unsplash
A tromba de um elefante é uma obra-prima da natureza de mais de 40.000 músculos e nenhum osso. Cientistas alemães da empresa Festo usaram a tromba como inspiração para desenvolver um novo braço biônico que pode ajudar os deficientes ou auxiliar no trabalho pesado no setor agrícola, entre outros usos é claro.

Foto de Paul Carroll na Unsplash
O albatroz tem a incrível capacidade de voar sem se esforçar, ele faz isso usando as correntes de ar para se locomover sem ter de ficar batendo suas asas por muito tempo. Pesquisadores então resolveram usar isso em favor da humanidade. Eles agora estão desenvolvendo drones inspirados nessas aves que seriam capazes de cruzar os oceanos sem parar, o que ajudaria com várias coisas, incluindo entregas mais rápidas em casos de emergências, como por exemplo de medicamentos.

Foto de Marcelo Cidrack na Unsplash
Os tubarões deslizam pelo oceano graças à sua pele macia e sedosa, e essa pele influenciou a Marinha dos E.U.A. como uma maneira de impedir que micro-organismos grudem na superfície de seus navios. 
A pele do tubarão é coberta por pequenas escamas em forma de V, chamadas dentículos dérmicos, que ajudam os tubarões a afastar os micro-organismos e parasitas. Desde então a Marinha desenvolveu um material, conhecido como Sharklet, baseado nesse padrão de pele para ajudar a inibir o crescimento marinho nos navios, o que ainda ajuda a economizar combustível, já que o navio fica mais leve.

Foto de Joshua J. Cotten na Unsplash
E falando em militares a Força Aérea dos E.U.A. estudou como um peixe amazônico, o Pirarucu, pode sobreviver nas mesmas águas que os cardumes de piranhas. O arapaima (como eles chamam o peixe), tem um conjunto de escamas que evoluiu ao longo de milhões de anos. A Força Aérea espera que o estudo das escamas possa levar a uma melhor proteção para humanos e aviões.

Foto de Deb Dowd na Unsplash
O que você poderia aprender com uma simples cigarra? Benefícios antimicrobianos é claro! 
Pesquisadores descobriram que as asas com veias da cigarra Clanger destroem bactérias quando entram em contato com elas, o primeiro exemplo conhecido de um biomaterial natural que faz isso. A própria estrutura da asa destrói as bactérias, elas têm pilares do tamanho de nanoescala que prendem e matam lentamente bactérias, separando suas células.
Os pesquisadores esperam imitá-las em superfícies em locais públicos, o que ajudaria a evitar contaminações e doenças.

Sanjay Acharya, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
A África é um dos lugares mais quentes do mundo, e ainda assim os cupins que existem lá permanecem frios, agora os cientistas estão roubando ideias de design dessas pequenas criaturas para ajudar a manter os edifícios por lá bem ventilados.
Eles descobriram que os montes de cupins têm uma grande "chaminé" central isolada, cercada por contrafortes que durante o dia são aquecidos, movendo o ar quente para cima e para fora da "chaminé" e mantendo o ar fresco dentro. Os engenheiros esperam usar isso com edifícios humanos e sistemas de ventilação. 
Uma empresa de engenharia chamada Arup construiu um shopping center no Zimbábue usando a tecnologia dos cupins e ele consome 10% menos energia do que o ar condicionado tradicional.

Nick Hobgood, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons
Lagartos geckos podem ser o futuro da visão humana. Eles são um dos poucos animais que conseguem ver cores à noite e sua visão também é 350 vezes mais sensível que a dos humanos.
Pesquisadores da Universidade de Lund descobriram que eles possuem uma maior densidade de cones na retina, o que significa que esses seres podem detectar comprimentos de onda de luz mais específicos. Os pesquisadores esperam que isso melhore as lentes das câmeras, bem como o desenvolvimento de lentes de contato multifocais no futuro.

TheCoz, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
"Inafundável" provavelmente não é a melhor palavra para se usar quando se fala de metais, mas pesquisadores da Universidade de Rochester projetaram um novo tipo de metal que realmente flutua, por mais que você tente afundar ele o metal sempre volta a superfície, eles até tentaram perfurar o material e ele ainda assim não afundou.
Os pesquisadores foram inspirados por aranhas e formigas que podem flutuar ou deslizar na superfície da água por longos períodos de tempo. Mas como elas fazem isso? Esse seres se prendem as bolhas de ar. As aranhas aquáticas de Argyroneta, por exemplo, podem criar uma teia subaquática, em forma de cúpula, enchendo-a de ar com suas pernas e abdômen super-hidrofóbicos. As formigas de fogo, por sua vez, criam uma espécie de "jangada" prendendo o ar com seus corpos super-hidrofóbicos.

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