Veja de onde veio a inspiração para esses filmes e séries #5

Inspiração para criar algo único e popular é tudo o que um escritor precisa, mas o quão único esse produto final realmente é? Afinal a inspiração pode vir de vários lugares diferentes, seja de um livro, de uma ideia que você teve no chuveiro ou até de algo que já foi feito antes.
Veja agora mesmo de onde veio a inspiração para mais alguns filmes, jogos e séries que você já deve ter assistido, jogado ou pelo menos ouvido falar.

Por motivos legais O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder teve de ser muito cuidadoso com o que eles usavam como inspiração na hora de criar o show.

Jeff Bezos, o fundador da Amazon, comprou os direitos de adaptar o Senhor dos Anéis porque ele era fã dos livros do autor J. R. R. Tolkien, mas quando eles deram a ideia de refazer os filmes os responsáveis pelos direitos dos livros, a Tolkien Estate, foram contra. Para evitar um processo ou a perda dos direitos a Amazon decidiu focar em histórias que aconteceram antes dos filmes, baseadas levemente no trabalho de Tolkien mas com várias mudanças e até personagens originais.

A série O Príncipe Dragão foi levemente inspirada pelo outro trabalho de seu criador, Avatar: A Lenda de Aang, tanto que ambos os shows mostram crianças de tribos diferentes tendo de salvar o mundo com a ajuda de poderes elementais e seus animais de estimação. 
Aaron Ehasz na verdade foi o escritor principal e co-produtor executivo de Avatar e ele é o o co-criador de O Príncipe Dragão ao lado de Justin Richmond. E Jack DeSena, que dubla o personagem Callum do Príncipe Dragão era a voz de Sokka em Avatar.

O clássico do mundo dos jogos Half-Life na verdade teve várias inspirações diferentes, começando com os também clássicos Doom (1993) e Quake (1996). Além disso seus criadores eram fãs do livro de Stephen King de 1980, The Mist, que fala sobre uma cidade que fica encoberta em névoa misteriosamente, e um episódio de 1963 da série de televisão de ficção científica The Outer Limits (A Quinta Dimensão) intitulado "The Borderland", cuja sinopse envolve uma equipe de cientistas que usam um campo magnético incrivelmente forte para abrir uma porta para outra dimensão.

Ainda no mundo dos games nós temos o também clássico Dead Rising, que mostra um fotógrafo chamado Frank West sobrevivendo a um apocalipse zumbi em um shopping. Assim que o jogo foi anunciado os fãs logo notaram as semelhanças dele com o filme do diretor George A. Romero, chamado Dawn of the Dead (Despertar dos Mortos) de 1978, que também mostra sobreviventes de um apocalipse zumbi em um shopping. A Capcom logo se defendeu dizendo que a ideia do filme não era protegida por direitos autorais, mesmo assim a capa do jogo vinha com os dizeres de que ele não foi aprovado e nem licenciado pelos criadores e donos do filme.

Maurice Tourneur Productions / Associated Producers, Inc., Domínio público, via Wikimedia Commons

Existem vários filmes chamados The Last of the Mohicans (O Último dos Moicanos), e todos eles foram baseados na mesma coisa, um romance histórico escrito por James Fenimore Cooper em 1826 chamado The Last of the Mohicans: A Narrative of 1757.
Mas de onde veio a inspiração para o livro? Ele veio do mito popular daquela época de que nativos americanos estavam simplesmente desaparecendo, e que no fim todos eles iriam ser mortos ou assimilados. Obviamente sabemos que isso não é verdade, nativos existem até hoje, mas naquela época esse mito era muito popular.

O clássico de Tim Burton, Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Flee, também é apenas uma de várias produções baseadas em uma história ficcional de 1846 chamada The String of Pearls: A Domestic Romance, nela Todd é um barbeiro que mata seus clientes e entrega seus cadáveres à Sra. Lovett, sua parceira no crime, que assa a carne deles em tortas e depois as vende.
O filme de Burton, porém, mudou várias coisas da história original, incluindo seu final, onde Todd é enforcado por seus crimes, no filme ele se deixa ser assassinado.

A série You mostra Joe Goldberg, um gerente de uma livraria de Nova York que também é um serial killer, ele se apaixona por uma cliente chamada Guinevere Beck e rapidamente desenvolve uma obsessão extrema com ela. A série também foi baseada em um livro de mesmo nome, que conta praticamente a mesma história da série.

God of War possivelmente não existiria se não fosse por uma outra saga do mundo dos games, Onimusha.
Em Onimusha o jogador é levado para uma versão do Japão com seres históricos e mitológicos, o diretor e criador de God of War, David Jaffe, jogou esse jogo e disse: "vamos fazer isso com mitologia grega". Outra inspiração sua foi o filme de 1981 chamado Fúria de Titãs, que mostra uma batalha entre os deuses gregos.

Poucos sabem mas Onze Homens e Um Segredo é na verdade um remake de um filme de mesmo nome de 1960. A história dos dois filmes é na verdade a mesma, um grupo de ladrões montam uma operação para roubar os maiores cassinos de Las Vegas. Mas enquanto o filme de 2001 foi bem recebido pela crítica o de 1960 recebeu críticas mistas, um dos motivos para ele não ter recebido uma sequência.

Wilfred é uma série americana completamente baseada em uma série australiana de mesmo nome, ambas contam a história de um homem que começa a enxergar um cachorro como se ele fosse um homem vestido de cachorro, sem saber se está ficando doido ou não.
A série original foi inspirada por uma experiência da vida real de seu criador Adam Zwar, que disse que o cachorro de uma amiga sua ficou extremamente enciumado dele uma vez.

A inspiração para Procurando Nemo surgiu na verdade de várias experiências da vida do diretor Andrew Stanton, como quando ele ia ao dentista quando criança e olhava os peixes no aquário, achando que os animais eram do oceano e queriam voltar para casa. Em 1992, logo após o nascimento de seu filho, ele e sua família fizeram uma viagem ao Six Flags Discovery Kingdom (que na época se chamava Marine World). Lá, depois de ver o tubo de tubarão e várias exposições, ele sentiu que o mundo subaquático poderia ser feito lindamente em animação por computador. Mais tarde, em 1997, ele levou seu filho para passear no parque, mas percebeu que o estava superprotegendo e perdeu a oportunidade de ter uma experiência pai e filho naquele dia.

O show da Netflix chamado apenas de 1899 foi inspirado por duas crises europeias, a Crise migratória na Europa de 2015 e o famoso Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). Ambas as crises fizeram seu criador querer fazer um show que mostrasse europeus trabalhando juntos.

O Gambito da Rainha é mais uma série de sucesso baseada em um livro, nesse caso The Queen's Gambit, um romance americano de 1983 escrito por Walter Tevis, que explora a vida da fictícia prodígio do xadrez Beth Harmon.

O produtor Allan Scott queria adaptar o livro desde 1992, quando ele comprou os direitos do roteiro da viúva de Walter Tevis, mas ele só conseguiu lançar a série em 2020.

Segundo Jordan Peele seu famoso filme Get Out (Corra!) foi em parte inspirado pelo filme Esposas em Conflito de 1975, que também é um filme de terror misturado com sátira, só que enquanto Get Out lida com o racismo, Esposas em Conflito lida com o feminismo.

Cães de Aluguel, o longa de 1992 dirigido por Quentin Tarantino, foi inspirado pelo filme Perigo Extremo de 1987. Na verdade Tarantino se inspirou até demais no filme, copiando os elementos principais dele e até mesmo algumas cenas. Ambos os filmes são sobre criminosos planejando (e arruinando) um grande assalto, e um deles acaba sendo um policial disfarçado.
Quando Tarantino foi perguntado se ele havia roubado as cenas do filme o diretor nem tentou mentir e disse que o longa era "um filme muito legal. Isso me influenciou muito. Eu peguei algumas coisas dele." Bom, pelo menos ele foi honesto.

Existe um grande debate até hoje sobre o famoso filme da Disney, O Rei Leão, ser uma cópia descarada do filme japonês de Osamu Tezuka, Kimba, o Leão Branco, começando pelo nome dos personagens Kimba e Simba, o fato deles terem personagens secundários similares e até as mesmas cenas.
A Disney sempre negou ter copiado o filme, mas fãs nunca acreditaram neles e até hoje acusam a empresa de ter roubado o trabalho de Tezuka. Quem parece que gostou do Rei Leão foram os responsáveis por Kimba, que elogiaram o filme publicamente.

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