Seja bem-vindo a mais uma parte de nossa incrível série de matérias sobre os maiores guerreiros que já viveram, afinal enquanto humanos viverem as guerras continuarão a ser parte da história do mundo.
Confira nessa matéria a história de mais alguns dos maiores guerreiros que já viveram. E se você quiser conhecer os maiores guerreiros animais que já viveram (sim, estamos falando de cães, macacos, pombos e até elefantes) clique aqui e se entretenha.
Vamos começar com o romano Marcus Cassius Scaeva, um centurião que fez parte do exército do famoso e infame Júlio César. Você já viu a história de César na quinta parte dessa série de matéria (e se não viu clique aqui e veja agora), mas César nunca teria chegado aonde chegou sem aliados, e Marcus Cassius era um deles.
Honestamente pouco se sabe da vida de Marcus antes dele se juntar ao exército romano, isso significa que ele não era ninguém importante e era filho de um zé ninguém. Sabe-se apenas que um de seus hobbies aparentemente era lutar contra gladiadores profissionais.
Marcus serviu nas linhas de frente durante as batalhas de César na Gália e na Alemanha. Um dia, César decidiu que iria navegar até a ilha da Grã-Bretanha para aumentar o seu império ainda mais, e Marcus estava na Legião que foi mandada para lá. Ele e seus homens desembarcaram na praia, mas nada de importante estava acontecendo ali, por isso enquanto seus companheiros montavam um acampamento Marcus e mais alguns soldados ficaram de vigia.
Assim que seus aliados desapareceram seus inimigos apareceram e Marcus ainda estava de guarda, seus inimigos bretões atiraram dardos, mas o guerreiro conseguiu bloquear a maioria deles com seu escudo. Seus inimigos decidiram partir para o mano a mano mas o romano não era nenhum novato.
Segundo relatos durante a batalha seu capacete foi derrubado, seu escudo foi destruído e ele quebrou a lança no abdome de alguém que ele estava no processo de empalar. Desarmado, ferido e sem armadura, Marcus de alguma forma conseguiu escapar e fugiu de volta para o acampamento de César, deixando vários mortos em seu rastro. Ao chegar até César ele implorou perdão por perder seu equipamento e não ter a coragem de morrer valentemente como um homem no campo de batalha. César, para a surpresa de Marcus, o promoveu ao posto de centurião.
Quando Júlio César participou da Batalha de Dirráquio em 48 a.C, a Corte de Cassius tinha cerca de 480 homens, e eles foram encarregados de defender um portão pequeno, frágil e improvisado. Os legionários fizeram o que lhes foi ordenado, mas eles devem ter se surpreendido muito quando viram que a legião de soldados pompeianos, os seus inimigos, tinha cerca de 6.000 homens.
Marcus pessoalmente levou o ataque aos inimigos mesmo com as chances de vitória sendo nulas, foram tantos cortes que sua espada ficou cega no meio da batalha forçando ele a usar sua faca, mais uma vez os inimigos atiraram dardos e ele pegou a maioria com seu escudo, depois vieram flechas e ele pegou a maioria... mas não todas.
No meio da batalha uma flecha atravessou o seu olho esquerdo lhe deixando permanentemente cego, seus soldados provavelmente acharam que a batalha estava no fim, mas Marcus tinha outros planos, ele mesmo arrancou a flecha de seu olho, deu um grito de guerra e mandou seus homens avançaram, ele passou a lutar com mais raiva e violência, matando vários inimigos e deixando outros em péssimo estado.
Finalmente, após mais de uma hora de combates ferozes, a perda de sangue finalmente afetou o guerreiro. Ele desmaiou, caiu de joelhos e lutou para ficar de pé. As legiões inimigas, vendo que o comandante estava mais morto do que vivo, pediram uma pausa na luta e para ele se render, mas ele recusou. Além da flecha em seu olho outras duas flechas o atingiram, uma na garganta e outra no joelho.
A luta chegou ao fim, Júlio César venceu seu inimigo em outra batalha, e Marcus surpreendentemente ainda estava respirando, mas em péssimo estado. Ele foi promovido ao posto de Primus Pilus, o ranking de centurião mais alto da Legião, e recebeu um presente de 200.000 sestércios. Sua corajosa corte recebeu um pagamento dobrado pelo resto da vida.
Não se sabe muito sobre Marcus depois dessa grande batalha, sabe-se apenas que quando César foi assassinado ele lutou para vingar seu antigo chefe na Batalha de Áccio em 31 a.C.
Acredita-se que ele tenha morrido pouco tempo depois dessa batalha. Sua história não ficou tão famosa quanto outros guerreiros dessa lista, mas ele já apareceu em livros de história e diversas listas de maiores guerreiros que já viveram, muitos o apelidaram de "o romano mais durão da história".
Internet Archive Book Images, Domínio público, via Wikimedia Commons |
Conheça Melankomas, o "Guerreiro Intocável", seus feitos são tão lendários que muitos historiadores acham que ele pode nem ter existido, mas muitos outros dizem que ele era real.
Melankomas nasceu em Caria (atual Turquia), ele não era um soldado mas sim um boxeador. Mais uma vez pouco se sabe de sua infância, sua história foi contada principalmente por Dião Crisóstomo, um orador grego. O que se sabe é que ele era um ótimo pugilista, tanto que acredita-se que ele ganhou a Ducentésima Sétima (207ª) Olimpíada em 49-52 antes de Cristo.
Mas o interessante mesmo era o estilo de luta de Melankomas, segundo relatos ele tinha simplesmente uma defesa perfeita fazendo dele "intocável". Não importava o inimigo o pugilista nunca abaixava sua defesa, ele desviava dos golpes velozmente e... nada. Ele nunca contra atacava, não se sabe se ele era fraco ou um pacifista mas aparentemente ele raramente batia em seus inimigos, ele simplesmente ficava horas desviando de socos até seu inimigo se cansar e não poder lutar mais.
Alguns relatos dizem que ele podia ficar de pé, completamente imóvel com a guarda alta por dois dias inteiros sem nunca abaixar sua defesa. Ele conseguia passar uma carreira inteira sem levar um nocaute.
Ainda segundo relatos (que podem ou não ser verdade) o cara era simplesmente bonitão, e gay, existiram rumores que ele teria sido amante do Imperador Titus, mas isso nunca foi provado.
Depois de sua carreira como boxeador ninguém sabe o que aconteceu com ele, acredita-se que ele tenha morrido ainda jovem durante os jogos de Nápoles.
Sua vida virou uma lenda com muitos outros feitos lendários sendo atribuídos a ele como por exemplo o mito de que uma vez ele teria lutado contra um assassino e para se proteger ele matou o criminoso com um soco. O programa de televisão americano Sports Night o elegeu como concorrente ao prêmio de "Atleta do Milênio".
La Araucana : poema / de D. Alonso de Ercilla y Zúñiga. Ed. ilustrada. Madrid : Impr. y Libr. de J. Gaspar Editor, 168 p., Domínio público, via Wikimedia Commons |
Para ser um guerreiro você precisa atacar e se defender, e para isso você precisa de mãos certo? Bom, conheça agora Galvarino, o guerreiro mapuche que não tinha mãos, mas era durão e se tornou uma lenda.
Galvarino cometeu um dos maiores pecados da antiguidade europeia: ele não havia nascido branco, por isso ele não era melhor do que lixo para os seus escravizadores.
Não se sabe quando ele nasceu mas o mapuche lutou na Guerra de Arauco, ele batalhou bravamente mas foi capturado junto com outros cento e cinquenta mapuches, indígenas da América do Sul que viviam no Chile e na Argentina.
Como punição pela insurreição aos seus mestres, os colonos espanhóis, alguns desses prisioneiros foram condenados à amputação da mão direita e do nariz, mas Galvarino não foi tão "sortudo", ele e outros tiveram as duas mãos cortadas. Durante a amputação ele não gritou e nem chorou.
Não se sabe quando ele nasceu mas o mapuche lutou na Guerra de Arauco, ele batalhou bravamente mas foi capturado junto com outros cento e cinquenta mapuches, indígenas da América do Sul que viviam no Chile e na Argentina.
Como punição pela insurreição aos seus mestres, os colonos espanhóis, alguns desses prisioneiros foram condenados à amputação da mão direita e do nariz, mas Galvarino não foi tão "sortudo", ele e outros tiveram as duas mãos cortadas. Durante a amputação ele não gritou e nem chorou.
Ele então foi mandado de volta ao seu povo sem as mãos, os espanhóis esperavam que quando os outros indígenas vissem o estado de Galvarino e seus amigos eles simplesmente desistissem da guerra, mas não foi isso o que aconteceu.
A partir daqui relatos históricos são escassos já que os nativos não mantinham relatórios de suas ações, mas quando Galvarino reapareceu na história ele estava diferente, segundo vários relatos ele tinha amarrado duas espadas em seus braços e estava matando espanhóis assim mesmo.
Por sua bravura ele foi nomeado pelo conselho mapuchi para comandar seu próprio esquadrão. Ele tinha apenas uma coisa em mente: libertar seu povo e acabar com os espanhóis para sempre.
Ainda segundo algumas fontes quando perguntaram o que Galvarino queria fazer com os espanhóis sem suas mãos ele respondeu que iria "rasgar eles com seus dentes".
Galvarino era um ótimo líder, e também muito carismático, ele levou seu povo a luta mesmo quando a moral e o espírito deles estava quase destruído. Mas a história não estava do seu lado.
Segundo Jerónimo de Vivar, Crónica, Capítulo CXXXIII: "Ele veio comandando como sargento e animando seus homens dessa maneira: 'Ea, meus irmãos, vejo que todos vocês lutam muito bem, vocês não querem ser como eu sou sem mãos, para que vocês não possam trabalhar nem comer, se vocês não derem a eles!' E ele ergueu aqueles braços para o alto, mostrando-os para lutar com mais espírito e dizendo-lhes: 'Aqueles com quem você vai lutar cortam, e também farão o que quiserem, e ninguém é permitido fugir, mas morrer, porque você morre defendendo sua pátria'".
Infelizmente palavras não ganham guerras, o comandante espanhol García Hurtado de Mendoza atravessou a divisão de Galvarino após mais de uma hora de combate e venceu a batalha matando três mil índios e capturando mais de oitocentos no processo. Mendoza ordenou que Galvarino fosse executado ao ser jogado vivo aos cães, mas acredita-se que o nativo acabou sendo enforcado até a morte por seus "crimes". Esse foi o fim do guerreiro sem mãos.
Galvarino teria sua história contada em livros e histórias em quadrinhos, alguns de seus "fãs" o apelidaram de "Wolverine da vida real" devido aos seus feitos heroicos e inacreditáveis, e claro, suas "garras".
A guerra entre os espanhóis e os mapuchis durou três séculos no total (1536–1818) e no fim os nativos perderam. Até hoje os pouco indígenas sobreviventes estão tentando reconstruir tudo o que eles perderam quase 500 anos atrás.
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